Charles, em seu momento Bronson, de "matador".
Uma das primeiras (e principais) contratações para o ano de 2013, o volante Charles é um daqueles jogadores que instigam a torcida e o treinador com a mesma pergunta: onde ele se encaixa em campo?
Oriundo do Cruzeiro, Charles veio junto com o lateral/volante Marcelo Oliveira na troca com o Luan. Na ocasião do negócio até dava para ficar desconfiado de como ele iria desempenhar seu papel no Palmeiras, afinal, pelo Cruzeiro em 2012 houve até um episódio no qual ele chorou em campo após vaias mais vorazes da torcida. Sabendo que somos uma torcida muito mais exigente do que a mineira, restava ver como ele aguentaria o tranco nos esperados momentos de dificuldade, inevitáveis em período de reconstrução. As expectativas não eram tão altas, tanto que o principal ponto da negociação naquele momento era a tão esperada saída do horrível Luan, um dos símbolos da baixa qualidade técnica que nos atormentou nos últimos anos.
No fim a emenda saiu melhor que o soneto. O camisa 28 se adaptou a camisa alviverde com uma inesperada facilidade e rapidamente se encaixou no time como segundo volante. Titular absoluto no primeiro semestre, foi um dos símbolos de um Palmeiras aguerrido na fase de classificação da Libertadores, marcando gols decisivos contra Tigre e Libertad, no Pacaembu. Charles marca razoavelmente bem, não comete muitas faltas, ocupa bem os espaços no campo, apoia com qualidade e tem um arremate preciso de longa distância. Dito tudo isso, dá para cravar a titularidade dele sem pestanejar, correto?
Mais ou menos. Pelo andar da carruagem, Charles provavelmente se estabelecerá como o 12º jogador do técnico Gilson Kleina. Wesley, que teoricamente ocupa a mesma faixa de campo, atravessa a melhor fase desde que chegou ao Palmeiras e o paraguaio Mendieta começa a se afirmar como titular devido as grandes exibições recentes. Mais atrás, na cabeça de área, Marcio Araújo não sai do grupo titular nem com mandato de prisão, mas caso aconteça o improvável e ele saia do time, o substituto imediato é o uruguaio Eguren. Considerando que Valdivia é titular absoluto (quando joga) e que o Kleina já sinalizou uma mudança de esquema que privilegia o uso de dois meias ofensivos, o primeiro jogador a ser sacado é o camisa 28. Mantendo esse esquema e lembrando das constantes contusões do meia chileno, podemos considerar também a rápida ascensão do jovem Felipe Meneses, que tem feito boas partidas quando entra.
O mesmo vale para uma configuração com 3 atacantes. Com Vinicius ou Ananias fazendo o papel do terceiro atacante junto com Leandro e Alan Kardec, o primeiro a sair é o Charles. Isso ficou visível nas últimas partidas, nas quais ele foi sacado já no intervalo ou com menos de 15 minutos do segundo tempo.
Eu vejo isso como uma mudança positiva em relação aos anos anteriores. Ganhamos uma excelente opção para o meio de campo, que não se abateu com a atmosfera sombria que ainda estava presente no início do ano e rapidamente conquistou a torcida com uma personalidade que tanto exigimos para jogadores que envergam a camisa alviverde. Tudo isso graças a um bom futebol praticado.
Um elenco forte se constrói com boas opções de banco que possuem tanta eficiência quanto os ditos titulares. Em um calendário tão apertado – para não dizer tosco – é vital termos jogadores como Charles, que possuem personalidade e não sentem o peso da camisa – ainda que a disputa para a segunda divisão não tenha a mesma competitividade e talento do que a divisão principal.
A esperança é que ele continue para o centenário e seja uma boa opção para quando precisarmos dele. E não apenas ele, mas todos os outros jogadores que assumirem a camisa do Palmeiras com personalidade e talento. O sucesso no centenário passa também pela presença de ótimos coadjuvantes.
2 comentários
Excelente
ReplyO Charles é um bom reserva,vai nos ajudar muito em certos momentos dos jogos principalmente na marcação mas pra ser titular absoluto não. Ele não tem preparo físico para isso.
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