Assim não dá.

Foi uma derrota dolorosa. Não só pelo resultado em si, mas também pela repetição de erros, pelo péssimo futebol e por ser uma derrota para esse time imundo. Nosso pós-jogo de hoje será à base de perguntas. Vamos a elas:

1. Se Wellington saiu do time por contusão, por que não voltou? Há motivos para essa insistência em Tiago Alves?
2. Por que, em um ano e sete meses de Palmeiras, Gilson Kleina não consegue dar um padrão tático ao time?
3. Por que essa coisa ridícula de fazer o Wesley jogar de lateral esquerdo quando o time ataca, com Juninho fechando pelo meio? Kleina não percebe que o time perde um lateral e um meia/volante?
4. Por que Josimar? Por que um cara que erra TODOS os passes? Podemos ter esperança de que essa foi a última vez que vimos essa ameba no time titular?
5. Tirar Josimar, que nem devia ter entrado, ok. Mas por que Serginho? Quando foi que Serginho fez algo de positivo além de gols em jogos já ganhos?
6. Miguel? Miguel? MIGUEL?????????
7. Quando é que Marquinhos Gabriel vai jogar bem como titular? Todas as vezes em que entrou no segundo tempo foi muito bem, e todas as vezes em que foi titular foi mal. Por que isso?
8. Quem Lucio e Josimar estavam marcando no lance do gol do STJD? Nota: apesar de algumas reclamações que vi no Twitter, o gol foi legal, Fred não estava impedido. 
9. Por que Tiago Alves marcando Fred individualmente? Não estava na cara que, apesar de ganhar pelo alto, ele ia perder todas por baixo? Não era melhor Marcelo Oliveira nessa função, já que tínhamos outro volante pra marcar Conca? Se bem que Josimar e um balde de estrume são a mesma coisa, mas aí é outra história...
10. Como pode o asno do banco de reservas não perceber que Leandro não tem características para ser o único homem de ataque? Leandro fez uma péssima partida, mas nem pode ser responsabilizado por isso, a culpa é da burrice de Gilson Kleina. 
11. Se as jogadas não tinham qualidade no meio-campo - exceto quando passavam por Valdivia sem que ele tomasse uma porrada -, não era óbvio que faltava ao 10 a companhia de um jogador com qualidade para trocar passes? E esse jogador (Mendieta) estava no banco de reservas, e mesmo assim o asno preferiu SERGINHO??? Como o imbecil não enxerga isso???
12. Mesmo tendo entrado Serginho ao invés de Mendieta, o problema do item anterior poderia ser solucionado, embora com menor qualidade, com a aproximação de Wesley pelo meio. Então, repito a pergunta 3: POR QUE WESLEY ABERTO NA ESQUERDA, TEM EXPLICAÇÃO?
13. Esta é a mais importante: QUANDO O INFELIZ DO KLEINA SERÁ CHUTADO PARA FORA DO PALMEIRAS??? NÃO AGUENTAMOS MAIS!!!! FORA, KLEINA!!!!!

Atuações: não teremos as notas hoje. O time foi muito mal, assim como no jogo passado contra o Criciúma, mas desta vez não tivemos os gols salvadores (Wendel perdeu a chance no último minuto). Destacamos apenas que Fernando Prass, mais uma vez, se salvou. E metade da equipe (Marcus e Thiago) dão créditos também à atuação de Valdivia. A outra metade (Ariane e Juliane) colocam o chileno no mesmo balaio dos outros. 

Para a próxima partida, contra o Flamengo, esperamos não ver mais Josimar no time e nem Kleina no banco. É isso. 

Sabe bem o que vem pela frente: Fluminense

Voltamos a campo hoje, após a polêmica vitória da primeira rodada, em partida contra o Fluminense no Pacaembu.



Após o ultimo treino antes da partida, Kleina divulgou a lista com os 23 relacionado. Ele testou o time com: Prass; Wendel, Lúcio, Tiago Alves e Juninho; Marcelo Oliveira, Josimar, Wesley, Valdivia e Marquinhos Gabriel; Leandro e também com Serginho no lugar de Wesley e ao lado e Leandro e Marquinhos Gabriel. 

O volante Bruninho e o atacante Diogo são as novidades da relação.

Bruno César, Victorino e Thiago Martins seguem no departamento médico e são desfalques.

Confira a lista completa:
Goleiros: Fernando Prass e Fábio
Laterais: Wendel, Juninho e William Matheus
Zagueiros: Lúcio, Tiago Alves e Wellington
Volantes: Marcelo Oliveira, Josimar, Wesley, Eguren e Bruninho
Meias: Valdivia, Marquinhos Gabriel, Mendieta, Mazinho e Serginho
Atacantes: Alan Kardec, Leandro, Rodolfo, Miguel e Diogo
(Kleina fez sua singela homenagem ao dia do goleiro, deixando Bruno de fora da relação. Boa Kleina!)

O nosso adversário da vez, vem pro jogo para testar sua boa fase e consolidar a sequencia de vitorias no comando do técnico Cristóvão Borges. Fluminense não confirmou a equipe que entra em campo hoje.

Como as duas equipes ganharam na primeira rodada, quem vencer, tem boas chances de terminar a rodada na liderança. É importante nos mantermos no topo da tabela até a parada para a Copa, jogando em casa, temos como obrigação sairmos vitoriosos.

Palmeiras e Fluminense já se enfrentaram 96 vezes ao longo da história, sendo: 51 vitórias, 15 empates e 30 derrotas.

FICHA TÉCNICA
Local: Pacaembu
Data/ Horário: 26/04, 21hs
Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva (PA)
Assistentes: Bruno Boschilia (Fifa-PR) e Ivan Carlos Bohn (PR)
PALMEIRAS: Fernando Prass; Wendel, Lúcio, Tiago Alves e Juninho; Marcelo Oliveira, Josimar, Wesley e Valdivia; Marquinhos Gabriel e Leandro
FLUMINENSE (provável): Diego Cavalieiri; Bruno, Gum, Elivélton e Carlinhos; Diguinho, Jean, Wagner e Conca; Rafael Sobis e Fred
Transmissão: PFC.

FORZA, PALESTRA!

Ode ao General Scolari

"Fica Felipão, e todos juntos, nós vamos pro Japão".

Em meus primeiros momentos de arquibancada, com 11 anos de idade, o grito acima me arrepiou até a alma. Ainda não tínhamos vencido a Libertadores de 99, mas a confiança no título vindouro era tanta que o cântico entusiasmado saía com facilidade da boca de todos os palestrinos. Foi uma época mágica para todos os palmeirenses e guardo sempre com carinho esse período.

Minha admiração por Luis Felipe Scolari, o maior técnico da história do Palmeiras, começou ainda quando ele estava no comando de um dos maiores rivais dos anos 90, o Grêmio. Felipão era um técnico que sabia como enervar o oponente, irritava a imprensa e não estava nem ai com o protocolo do politicamente correto do futebol. Mesmo sentindo raiva por ter sido o responsável por duas eliminações doloridas (Libertadores 95 e Brasileiro 96), eu nutria um profundo respeito por ele e desejava que um dia ele desembarcasse na Turiassu e fizesse história por aqui.

E fez. Desnecessário enumerar as inúmeras glórias conquistadas com o Felipão no Palmeiras entre o segundo semestre de 1997 até o final do primeiro semestre de 2000, foram tardes sensacionais e noites épicas, daquelas que sentimos profundo orgulho de lembrar. Com seu jeitão rudimentar e sem frescuras e Felipão me fez enxergar o futebol sob outra perspectiva, mostrou para todos que é um esporte para homens e não moleques, incendiando semanas pré-clássicos e fazendo com que o time se impunha em relação aos rivais mesmo quando eles tinham um elenco mais forte.

Saiu, conquistou o mundo, deixou saudades, vimos uma infinidade de técnicos fracassarem na casamata alviverde (exceto, talvez, o Luxemburgo do primeiro semestre de 2008) e dez anos após a saída voltou. Comemorei muito, o comandante que mais tinha personificado a alma palestrina estava de volta.

Na volta para a casamata alviverde, os tempos infelizmente eram outros. Com um material humano bem menos qualificado, cercado de inaptos e com um ambiente podre a disposição (claro, somado com os próprios erros de percurso do próprio Felipão), o período entre junho de 2010 e setembro de 2012 foi muito menos doce do que aquele do fim dos anos 90.

Mas mesmo com as campanhas erráticas na segunda passagem, Felipão ainda foi o maior responsável pela nossa última grande alegria enquanto palestrinos. Mesmo com todas as apostas jogando contra e com um catado de jogadores medíocres e descompromissados, Felipão fez com que a noite de 11 de julho de 2012 fosse uma das mais felizes da minha vida, de muitos amigos que acompanharam comigo esse dia (e outros jogos da campanha) e também a de muitos outros palestrinos espalhados por todo o mundo. Muitos por reviverem - ainda que por uma campanha isolada - um momento de glória nacional como há muito não víamos e outros por desfrutarem pela primeira vez o grito de "campeão".

Claro, ele teve sua parcela de culpa no rebaixamento (como muitos outros tiveram), mas no caso dele eu consigo perdoar justamente por todos os motivos citados acima e também porque era o único que tentava reverter a situação. Ele não merecia ter saído de uma forma tão ruim quanto saiu e dadas as circunstâncias, a demissão dele em nada ajudou - caímos do mesmo jeito. E notamos o carinho dele com o Palmeiras mesmo com ele fora, como na conquista da Copa das Confederações pela CBF, onde ele fez questão de lembrar da emoção que sentiu ao levantar a taça no Couto Pereira pelo Palmeiras, algo que particularmente me emocionou (mesmo não estando nem ai para a seleção da CBF). 

Felipão é um dos homens que mais admiro no futebol, um dos grandes responsáveis pelas maiores alegrias enquanto palestrino e é mais que um ídolo, é a personificação de um espírito palestrino na beira do campo. Me sentia culpado por ter escrito pouca coisa a respeito dele desde que começamos com o Palestra em Campo, então corrijo essa injustiça. 

Obrigado por tudo Luis Felipe Scolari. O maior técnico da história do Palmeiras.

Por Marcus Vinicius, adepto do scolarismo até embaixo d'água.

Imagem que vale mais que mil palavras.

Uma vitória da camisa

O Palmeiras estreou com um excelente resultado no campeonato brasileiro, ao derrotar o Criciúma fora de casa, de virada, pelo placar de 2 a 1. Apesar dos três pontos, a atuação da equipe foi péssima e mostrou que as duas semanas e meia de preparação exclusiva não foram suficientes para nosso treinador conseguir qualquer melhora no padrão tático do time. 

O Palmeiras entrou em campo com duas alterações em relação ao time esperado: Josimar e Marquinhos Gabriel nos lugares de Wesley e Leandro. E o primeiro tempo pode ser resumido em dois lances: uma falta para o Criciúma na intermediária que Paulo Baier jogou na área e Alan Kardec desviou, marcando gol contra. E uma falta para nós, também na intermediária, que Bruno César jogou na área, Bruno não conseguiu segurar, e Marcelo Oliveira, de frente para o gol e com o goleiro caído, isolou. No resto do tempo, não aconteceu absolutamente nada. A bola ia de intermediária a intermediária, ninguém tinha inspiração para criar boas jogadas e não apareceram chances de gol. 

Com o time em desvantagem, Kleina fez duas alterações: tirou Marcelo Oliveira e Marquinhos Gabriel e colocou Wesley e Leandro. Marquinhos Gabriel, inclusive, continua se mostrando uma excelente opção no banco de reservas. Em todas as vezes em que teve a oportunidade de entrar como titular, não correspondeu. As alterações pioraram sensivelmente o time. A zaga ficou exposta, porque Josimar não marca ninguém e Wesley não parecia ter um posicionamento definido. Alan Kardec continuava isolado, Bruno César sumido, Valdivia chamava o jogo mas errava muito, e Juninho era uma avenida. Todas as tentativas do Criciúma pelo nosso setor esquerdo levavam sufoco para a zaga. Fernando Prass começou a fazer ótimas defesas e salvar o time. O árbitro também deu uma força ao não marcar um pênalti duplo de Tiago Alves em Silvinho: nosso zagueiro acertou a mão na bola e o pé no estômago do adversário, mas a arbitragem não viu. A saída de Bruno César para a entrada de Rodolfo abriu mais o ataque, com Rodolfo na direita e Leandro na esquerda. Mesmo assim, as chances de empate não apareciam e o Criciúma parecia mais perto do segundo gol do que o Palmeiras do empate. 

Foto: Ulisses Job/Lancepress!

Até que, aos 37, Valdívia encostou em Leandro pela esquerda e fez bom passe para o 38 que entrava em diagonal. Leandro bateu de primeira, a bola ia para as mãos de Bruno, mas Escudero desviou no meio do caminho, abrindo a porteira. Cinco minutos depois, falta sobre Valdívia pela direita, que o árbitro não queria marcar, mas o bandeirinha assinalou. Na cobrança, a defesa do Criciúma deixou Alan Kardec completamente livre de qualquer marcação. O cruzamento de Wesley foi preciso, na cabeça de nosso centroavante, que testou firme, virando o jogo. A partir daí, só nos restou segurar a vitória por mais 8 minutos. 

O futebol foi péssimo. O resultado foi ótimo. Mas ele não veio pela superioridade técnica, por boas alterações táticas ou pela vontade. Foi uma vitória da camisa. A camisa mais pesada prevaleceu sobre o adversário. Era assim que tinha que ser sempre, mas ultimamente não vinha sendo. O Palmeiras está de volta, a camisa continua pesada. No próximo final de semana, vamos começar a mandar o time do STJD para o lugar ao qual eles pertencem, a série B. 

Atuações: as notas de hoje foram dadas por Ariane (A), Marcus (M), Renato (R), Thiago (T) e pelo amigo Miguel Salek (S), que gentilmente colaborou conosco. Para nós, o melhor em campo foi Fernando Prass - nenhuma novidade - e o pior foi Juninho. Também sem novidades. 


Prass 8,5
A 9
M 8
R 7,5
S 9
T 9

Wendel 4
A 4
M 3
R 2
S 6
T 5

Lucio 5,3
A 6
M 4
R 3
S 6,5
T 7

Tiago Alves 2,9
A 3
M 2,5
R 1
S 4
T 4

Juninho 1,8
A 0
M 3
R 2
S 4
T 0

Marcelo Oliveira 2,8
A 5
M 3
R 0
S 3
T 3

Josimar 2,1
A 4
M 0
R 2
S 3,5
T 1

Bruno César 3,3
A 5
M 3
R 2
S 4,5
T 2

Valdivia 5,9
A 8
M 4
R 3
S 8
T 6,5

Marquinhos Gabriel 4,9
A 5
M 6,5
R 4
S 6
T 3

Alan Kardec 7,2
A 7
M 8
R 8
S 6,5
T 6,5

Wesley 5,2
A 5
M 4
R 7
S 5
T 5

Leandro 6,6
A 7
M 7
R 6,5
S 6,5
T 6

Rodolfo 5,5
A sn
M 6
R 6
S 6
T 4

Kleina 2,0
A 4
M 0
R 1
S 5
T 0

Sabe bem o que vem pela frente: Criciúma

O Palmeiras estreia no Campeonato Brasileiro às 18:30 deste domingo no estádio Heriberto Hülse, contra o Criciúma. A expectativa é de que o time tenha um melhor desempenho do que vinha tendo nas últimas rodadas do Paulistão, já que Gilson Kleina teve duas semanas e meia sem partidas oficiais para preparar a equipe. 

Os relacionados para a partida são:

Goleiros: Fernando Prass e Fábio
Laterais: Wendel, Juninho e William Matheus
Zagueiros: Lúcio, Tiago Alves e Wellington
Volantes: Wesley, Josimar, Marcelo Oliveira e Eguren
Meias: Mendieta, Felipe Menezes, Bruno César, Valdivia e Marquinhos Gabriel
Atacantes: Alan Kardec, Leandro e Rodolfo

O time titular deve ser Prass, Wendel, T. Alves, Lucio e Juninho; M. Oliveira, Wesley, B. César e Valdivia; Leandro e Kardec. 





O Criciúma vem para 2014 querendo apenas manter-se na série A, a exemplo de 2013, quando escapou do rebaixamento na ultima rodada. Para isso, contratou reforços como Lucca, que volta do Cruzeiro, Giovanni e Wellington Bruno, que fizeram bom Paulistão pelo Botafogo, e Paulo Baier, ele mesmo, PAULO BAIER, exclamação!

Foram dez confrontos até hoje contra o time catarinense, com 5 vitórias, 3 empates e duas derrotas. No entanto, temos desvantagem como visitante, com duas derrotas, dois empates e apenas uma vitória. No último confronto, pelo Brasileiro de 2004, vencemos por 3x2, no Palestra, com gols de Marcinho Guerreiro, Thiago Gentil e Ricardinho (dados: Porcopedia). 

Não dá para contar com um grande futebol, mas com o resultado sim. E consideraremos ruim qualquer resultado que não seja uma vitória. AVANTI, Palmeiras!!!

Arce, o melhor camisa 2 que vi.

Ídolo da lateral direita. Difícil superá-lo.
Foto: Getty Images.

Os mais antigos dizem que o melhor lateral direito que vestiu a nossa camisa foi o gigante Djalma Santos. Não duvido deles e os vídeos - somados com os inúmeros relatos - estão ai para provar isso. Mas dos laterais direitos que vi jogar (mais precisamente, de 1993 para cá), nenhum outro foi tão genial quanto o paraguaio Francisco Javier Arce Rolón, o Chiqui Arce ou simplesmente Arce, o melhor camisa 2 que vi não apenas no Palmeiras, mas no mundo do futebol como um todo. As principais características de Arce eram a precisão do cruzamento (tanto com bola rolando quanto parada) e as cobranças de faltas quase indefensáveis que aterrorizaram goleiros ao redor do globo. 

Quando desembarcou na Rua Turiassu, no início de 1998, Arce já tinha uma carreira vitoriosa pelo Cerro Porteño, Grêmio e já estava consolidado como titular da melhor safra defensiva da história da seleção paraguaia ao lado de Chilavert, Ayala, Gamarra e Rivarola (os dois últimos também tiveram passagens pelo Palmeiras, mas não passaram nem perto de ter o mesmo brilho). As nossas memórias prévias sobre o lateral eram dos embates épicos que tínhamos com o Grêmio em jornadas anteriores, quando o lateral era comandado pelo general Felipão no time gaúcho. Assim como Paulo Nunes, outro homem de confiança do bigode que chegou na mesma época, Arce não demorou para se encaixar no time titular e a partir daí fez história.

Considero que Arce teve dois períodos no Palmeiras. O primeiro foi com elencos estelares que venceu títulos que guardamos com extremo carinho e o segundo período foi um bem mais sombrio, onde o lateral era um dos raros sobreviventes dos períodos de glória e que fez parte de um time de transição que fez tudo errado enquanto elenco e que terminou de maneira trágica.

No primeiro período (de 1998 até a metade de 2000), Arce foi fundamental para que peças como Oseas, Paulo Nunes e outros jogadores hábeis na bola aérea funcionassem de maneira plena, com total fluidez. Os títulos com ele na lateral foram muitos e memoráveis: Copa do Brasil de 1998, Mercosul de 1998, Libertadores de 1999, Rio São Paulo de 2000 e Copa dos Campeões de 2000 (embora não tenha jogado esse por contusão, fazia parte do elenco). Podemos amplificar o título Copa Mercosul de 1998 como um dos momentos chaves para eternizá-lo de vez na galeria de ídolos palestrinos, já que Arce aproveitou um raro momento como centroavante e fez o gol no rebote da falta cobrada por Júnior Baiano

Passado os desmanches ao final de 1999, em que o elenco campeão da Libertadores ficou pela metade, e o segundo desmanche na metade de 2000, onde não havia sobrado mais quase ninguém, Arce era um dos poucos jogadores experientes no Palmeiras e liderou um time cheio de desconhecidos até a traumática final da Mercosul de 2000, titulo que perdemos da maneira mais inacreditável possível. Havia dúvidas se Arce permaneceria para a temporada seguinte. 

E permaneceu, mas só jogou a Libertadores a partir das oitavas de final devido ao contrato dele estar preso com a antiga patrocinadora. Com Alex de volta de maneira temporária e Marcos no gol, Arce ainda foi fundamental para chegarmos as semifinais da Libertadores de 2001, sobretudo no jogo de volta contra o Cruzeiro, onde marcou um gol e deu assistência para o Alexandre (aquele, o rebaixador) marcar de cabeça ao final da partida. Infelizmente, fomos fatiados por Ubaldo Aquino no jogo da Bombonera e nosso bicampeonato não veio. No Brasileiro do mesmo ano, apesar do time ter despencado da liderança para a metade da tabela, ainda foi considerado o melhor lateral do campeonato.

Ficou para 2002 junto com Alex, que retornou mais uma (e pela última) vez, e São Marcos, e eram as esperanças de que os títulos ainda recentes fossem repetidos. Comandados por Luxemburgo em sua pior passagem pelo Palmeiras, o time naufragou em todos os torneios disputados no primeiro semestre (embora a eliminação no Rio-SP eu considere injusta, já que o desempate foi o bizarro número de cartões, algo inédito). Em seu último semestre, Arce mudou de posição e foi para o meio de campo para jogar de armador ao lado de Zinho, outro ídolo repatriado, mas foi prejudicado por um elenco desinteressado e que até tinham bons nomes que fizeram sucesso em outros clubes, mas que terminou na segunda divisão. Arce, Zinho e Marcos, ídolos de conquistas memoráveis, definitivamente não mereciam isso. Mesmo com a campanha horrível, Arce ainda terminou como o artilheiro do time no campeonato, com 9 gols e outras assistências que adiaram a dor suprema naquele campeonato.

Arce só saiu na proximidade da estreia do Palmeiras no Campeonato Paulista de 2003, mas mesmo os últimos acontecimentos dele com a camisa alviverde não apaga a maravilhosa história que ele gravou em pedra por aqui. Os números finais são realmente impressionantes para um defensor que só teve um breve período atuando em posição mais avançada. Em 242 partidas disputadas em 4 anos que vestiu a camisa alviverde, marcou 57 gols e foi responsável por muitos outros tentos palestrinos com um arsenal expressivo de assistências. Sem contar que ainda levou o nome do Palmeiras para o mundo ao disputar duas Copas do Mundo pela seleção paraguaia enquanto vestia a camisa alviverde.

Até hoje, 12 anos após a sua saída, a lacuna deixada por Arce na lateral direita ainda não foi preenchida. Muitas tentativas foram feitas, mas nenhum jogador sequer passou perto da precisão e classe demonstrada pelo paraguaio. E creio que nunca encontraremos algum lateral que chegue perto disso, por melhor que seja - embora torcemos todos os dias para que apareça um novo Arce.

É um dos meus principais ídolos, responsável por muitas alegrias enquanto palmeirense e, sem sombra de dúvidas, um herói. Obrigado por tudo Arce, o melhor lateral direito que vi jogar em toda a história.

O dia que esquecemos os ingressos em casa

Por Marcus Vinicius.

Mesmo com toda a correria inerente a um trabalho de conclusão de curso, 2009 foi um ano em que compareci com alta frequência no bom e saudoso Palestra Itália. Em alguns jogos de meio de semana até faltei em algumas aulas para acompanhar o time, mas geralmente quando eu tinha certeza que o dia na faculdade não seria produtivo.  E não me arrependo nem um pouco dessas "faltas calculadas", a dedicação nas matérias foi a mesma e tudo deu certo no final – do curso, infelizmente não dos campeonatos disputados.

Felizmente, muitos dos jogos realizados no Palestra eram aos fins de semana e outros noturnos foram em feriados e vésperas. Independente se estava com muito cansaço físico e mental (especialmente porque eu não fazia ideia de como administrar meu tempo na época), estar na arquibancada era uma das poucas coisas (talvez a única) que não abria mão de maneira alguma. 

Um dos jogos dessa temporada que vale um relato foi contra o Grêmio Barueri, no sábado do dia 5 de setembro de 2009. A certeza era de que o Palestra estaria lotado, afinal, não apenas estávamos na liderança como esse jogo marcaria a reestreia do Vagner Love, atacante que começou por aqui em 2003, saiu em 2004 quando estava em seu auge e voltou cercado de expectativas como a peça que faltava para o restante da campanha do Brasileiro de 2009. Nesse dia fui com meu pai, que embora estivesse menos frequente do que em anos anteriores, ainda teve boa assiduidade nessa campanha. Como fizemos muitas vezes durante 2009 nas vezes que fomos juntos, nos planejamos para chegar mais cedo e tomar umas cervejas antes do jogo no saudoso Bar do Sílvio. Assim, almoçamos cedo e partimos para a região do Palestra para aguardar o jogo por lá. 

Meu ingresso eu havia conseguido na quinta anterior ao prélio, mas meu pai resolveu ir de última hora nesse dia e assim ele comprou o ingresso dele pela manhã do sábado, antes mesmo do almoço, assim encarando um trânsito inesperado na Marginal Tietê. Geralmente, antes de sairmos de casa temos o costume de checar se estamos levando todos os documentos necessários e os ingressos, mas como nunca comemos bola com esse tipo de coisa, havia uma confiança mútua de que isso não aconteceria jamais e o processo se tornou automático com o passar dos anos. 

Entretanto, foi justamente nesse dia que comemos bola. O jogo era as 18:30h, mas chegamos por lá umas 16h, cedo se pararmos para pensar que encaramos um trânsito caótico na Marginal Tietê naquele dia. Assim que estacionamos o carro eu me dei conta de que não havíamos checado se os ingressos estavam conosco antes de sair de casa. Quando vou sozinho obviamente checo tudo e como nesse caso ele comprou depois, confiei no histórico dele nunca ter esquecido os ingressos. 

Marcus: Esqueci de perguntar quando saímos, você pegou seu ingresso?

Pai do Marcus: Deixa eu ver... - Fiquei assustado com essa insegurança dele.

Marcus: Não me diga que você esqueceu seu ingresso em casa.

Pai do Marcus: É, acho que deixei na gaveta.

E ambos ficamos nervosos. Ele ainda mais, afinal, sempre fazia questão de checar se tudo está ok e não acreditava que tinha esquecido o ingresso dele na gaveta. Em tanto tempo de estádio, esse era um erro primário que jamais imaginaríamos cometer e como somos de outra região da cidade, não restava outra alternativa a não ser voltar tudo com certa pressa e tentar chegar ao Palestra novamente o mais rápido possível. Como o trânsito na Marginal estava pavoroso, utilizamos o plano B: minhocão e Radiais, que surpreendentemente estavam fluindo de maneira maravilhosa, contrariando nossas expectativas negativas. Ao chegarmos em casa, a cara de surpresa que fizeram quando chegamos foi impagável, como se fossem perguntar algo do tipo "aconteceu algum desastre ou algo do tipo?".

Naquela altura da tarde, a cerveja pré-jogo que tomaríamos no Bar do Sílvio estava completamente arruinada, restava apenas a torcida para que conseguíssemos vaga na rua onde costumávamos estacionar e que conseguíssemos chegar a tempo, mas a julgar pelo trajeto de volta para a casa pela via alternativa, a opção de retorno ao Palestra seria a mesma: Radiais, Minhocão e vamos que vamos. 

Apesar do trânsito que encaramos na reta de chegada ao Palestra, conseguimos estacionar praticamente no mesmo lugar e não demoramos a entrar no estádio. O alívio finalmente veio ao passar pela catraca e perceber que tínhamos algum tempo até nos alocarmos e até mesmo encontrar alguns amigos que também foram ao jogo. 

O jogo em si foi morno e dentro de campo não teve nada de tão memorável que mereça menção, a não ser talvez o gol de pênalti do Vagner Love, que estava voltando. O destaque desse dia mesmo foi a arquibancada, que tremeu como poucas vezes naquela temporada, parecia um dia de decisão. A vibração da torcida estava primorosa nesse dia e para mim foi ela que venceu a partida, tamanha energia positiva que passamos para campo. 

Terminamos a rodada na liderança mais uma vez e iriamos encarar uma série de pedreiras para ver se o time engrenaria de vez ou se começava a cambalear. Infelizmente, foi depois dos adversários mais difíceis que o desastre aconteceu e que até hoje lutamos para nos recuperar.

Nesse dia ele foi ovacionado. Claro, não tínhamos como prever o que viria depois...
Foto: globoesporte.com

Revendo o elenco

O hiato entre a dolorida derrota no Paulista e a estreia no Brasileiro de 2014 nos deu um inglório período para reavaliar o elenco do Palmeiras. Mas em um exercício de paciência, é possível analisar nome a nome com uma perspectiva mais analítica, com o desempenho de cada atleta na temporada dentro dos 19 jogos disputados e o que podemos esperar de cada um deles daqui em diante.

Claro, o desempenho de alguns jogadores questionados podem mudar durante a temporada e as opiniões que fazemos a respeito também mudarão caso tenha essa oscilação (exemplo maior disso que falamos é o Leandro), mas por hora, cabe a discussão sobre o desempenho de cada um na temporada e as expectativas (não certezas) do que virá.

Goleiros:

A muralha.
Foto: Folhapress

Posição em que temos um gigante, um extremamente contestado e uma incógnita. Com Prass, sentimos segurança na meta e sem ele temos um medo enorme.

Fernando Prass (17 jogos) - É o líder e capitão desse time. Chegou em um período conturbado, no âmago de nosso pior momento da história, mas logo conquistou seu lugar com personalidade. Durante a temporada, fez defesas magníficas e garantiu pontos para o Palmeiras. Deu o azar de se contundir na partida mais importante da temporada até então, mas é um dos principais pilares do time para o Brasileiro e restante da Copa do Brasil.

Bruno (3 jogos) - Ao contrário do titular, é o retrato da insegurança. Cria das divisões de base, rebaixou com o time em 2012 e foi o principal responsável pela eliminação da Libertadores de 2013, ante o Tijuana. Sua renovação ao final da temporada passada foi um erro gigantesco e não deveria ser sequer a primeira opção em caso de emergências.

Fabio (0 jogos) - Jogou apenas duas partidas, ambas no maldito calvário da segunda divisão e perdeu as duas pela contagem mínima. Apesar de tudo, não demonstrou tanta insegurança. Ao contrário do atual goleiro reserva, merece chances em caso de não contarmos com o Prass.

Laterais:

E não é que ele foi nosso melhor lateral na temporada?
Foto: Leandro Martins / Futura Press - Globoesporte.com

O nosso lado direito é um dos pontos fracos do elenco (desde a saída do Arce, em 2002, para ser mais preciso) e precisamos de um jogador que chegue para ser titular com extrema urgência. Na esquerda, Juninho segue titular e William Matheus busca seu espaço.

Wendel (14 jogos) - A eterna face do improviso e outra renovação feita ao final da temporada passada que foi muito questionada pela torcida. Mesmo assim, o veterano volante-lateral-faz-de-tudo ainda conseguiu ter um desempenho interessante em alguns jogos, seja defendendo sem comprometer e até arriscando jogadas no ataque, fazendo assistências. Se machucou em momento inoportuno e Kleina improvisou (que surpresa!) um zagueiro em pleno jogo decisivo. Não serve para titular, mas compõe o elenco.

Bruno Oliveira (1 jogo) - Lateral de origem revelado pelas categorias de base do Palmeiras, o jovem jogador batalhou contra as lesões nessa temporada e fez apenas um jogo, contra o rebaixado Paulista. Quando entrou em campo fez apenas o básico, nada de excepcional. As boas referências dele são dos tempos de juniores, mas após o Gabriel Silva, quero ver desempenho mesmo no profissional. Por ser um lateral de ofício, deve ter mais chances.

Juninho (15 jogos, 3 gols) - Com a saída de Marcio Araújo, a tendência era que todas as cornetas voltassem em direção ao lateral esquerdo. Previamente execrado por jornadas anteriores que tiraram a paciência da torcida (rebaixamento e temporada de 2013), Juninho permaneceu e enfim mostrou um futebol interessante em grande parte das partidas, especialmente no ataque (exceto no jogo mais decisivo até então, onde sucumbiu ao fracasso junto com o resto do time). Sabemos que ele é vulnerável ao momento, resta saber se finalmente amadureceu e jogará com consistência no Brasileiro ou se o bom Paulistão disputado foi apenas uma boa fase. A conferir.

William Matheus (5 jogos, 1 gol) - Oriundo do Goiás, William Matheus chegou e a esperança era de que fosse titular. Não se firmou e nas poucas oportunidades que teve, exibiu um futebol apenas "ok" - exceto contra o Botafogo-SP, onde fez uma partida pavorosa. Em um campeonato de tiro longo como o Brasileiro, é capaz que ele demonstre o bom futebol demonstrado no Goiás.

Victor Luis (1 jogo) - Outra cria da base, entrou apenas como substituto no jogo contra o Paulista (e improvisado como zagueiro, vejam só), em partida em que não precisou exibir nada. Não sabemos o potencial dele ou mesmo se terá chances, mas imaginamos que seja apenas uma opção de emergência.

Paulo Henrique (nenhum jogo) - Veio, está ai, mas ninguém sabe o porque de estar ali. Essa "quarta opção" é realmente necessária?

Zagueiros:

O xerife!
Foto: Thiago Calil / Agência Estado

Apesar de termos uma média de gols sofridos razoável nos números (e que no fim não significou nada), nossa defesa nos deu dores de cabeça em alguns momentos da temporada. A saída de Henrique (que ainda fez 3 partidas nessa temporada) para a Napoli foi sentida, queiram ou não, era um dos líderes técnicos do time. O rodízio de contusões entre Wellington, Tiago Alves e Victorino também atrapalharam bastante a montagem de uma defesa mais sólida, inclusive improvisando Marcelo Oliveira na zaga (Gabriel Dias estava no plantel e poderia ser utilizado, mas...). Apenas Lúcio manteve a regularidade. Reforços nessa posição são necessários.

Lucio (17 jogos) - Chegou cercado de desconfiança após uma temporada claudicante nos inimigos do Jd. Leonor, mas por aqui, exerceu a liderança que o levou a ser capitão do Brasil em uma Copa do Mundo e que foi campeão de quase tudo o que disputou. Apesar de errar algumas saídas de bola, rapidamente virou um dos líderes do time, demonstra raça e hoje é um jogador imprescindível para o elenco. Uma pena que tenha vindo em um estágio avançado da carreira.

Tiago Alves (10 jogos) - Começou a temporada como titular, mas se machucou ainda no primeiro jogo. Quando voltou, não teve atuações que comprometessem enquanto zagueiro, mas foi queimado ao ser improvisado na lateral direita, uma posição na qual não demonstrou nenhum cacoete. Luta com as contusões desde a temporada passada e por isso fica difícil demonstrar mais confiança. Serve para compor o elenco.

Wellington (7 jogos) - Quando iniciamos essa temporada, a última impressão que tínhamos dele era de um zagueiro estabanado e que custou preciosos pontos no trágico Brasileiro de 2012. O nosso temor aumentou quando o mesmo foi incumbido com a tarefa de substituir Henrique de última hora. Mas ele foi muito bem, inclusive sendo um dos melhores em campo no choque-rei. Também teve uma contusão mais longa e só voltou na reta final do Paulista. Parece que amadureceu, se jogar o que jogou em seus primeiros jogos da temporada, é titular ao lado de Lucio.

Victorino (nenhum jogo) - Nosso medo se confirmou: ele realmente é de vidro. Como joga? Não sabemos.

Thiago Martins e Gabriel Dias são os que vieram da categoria de base e também não disputaram nenhuma partida nessa temporada. O primeiro se recupera de cirurgia e o segundo não sabemos porque não é testado.

Volantes:

"Should I stay or should I go?"
Foto: Gazeta Press

Uma das posições mais frágeis do Palmeiras nas últimas temporadas, a cabeça de área agora é composta por nomes mais interessantes. Na saída de bola, a dúvida permanece no nome de Wesley. Se o nosso 11 permanecer e estiver focado, estamos bem, mas caso ele saia, teremos uma perda imensurável na posição.

Marcelo Oliveira (18 jogos) - O bastião do canal TV Palmeiras no Youtube finalmente se encontrou em campo. Após uma temporada nada interessante na qual se saísse não deixaria saudades, Marcelo Oliveira ficou, foi alçado como titular nos primeiros jogos devido a uma melhor preparação física e não decepcionou na cabeça de área. Como zagueiro, deixou a desejar, mas na posição original fez bem a sua parte. É o atleta que mais disputou partidas nessa temporada e sai na frente pela titularidade na posição por ter mais jogos, mas mesmo se for reserva, já demonstrou que será útil na caminhada do Brasileirão.

França (10 jogos, 1 gol) - Tecnicamente falando, França foi uma contratação certeira. A impressão inicial era que França era o típico volante brucutu que não alivia nas entradas, mas nos jogos que ele jogou, demonstrou vigor físico e boa saída de bola. Infelizmente, foi outro atleta que sofreu contusão em momento inoportuno. Em condições normais, mostrou futebol para ser titular com facilidade, então podemos esperar um bom desempenho dele no restante da temporada.

Eguren (10 jogos, 1 gol) - Com a saída de Marcio Araújo, o uruguaio foi a opção inicial de Gilson Kleina para assumir a titularidade na cabeça de área, mas sofreu uma contusão ainda na pré-temporada e perdeu espaço para os dois jogadores citados acima (França e Marcelo Oliveira). Quando voltou, não se encontrou em campo quando jogou com outro volante de contenção e a saída de bola foi prejudicada nessas partidas - sobretudo contra o rebaixado Paulista, onde ele fez uma péssima partida e foi sacado no intervalo. No que tange apenas a contenção, ele faz bem a parte dele, com raça, discrição e sem cometer erros bisonhos, apesar da lentidão em alguns momentos. Dito tudo isso, o uruguaio se encaixa como uma opção no Brasileiro em um provável rodízio de volantes (seja por cartão ou contusão).

Wesley (12 jogos, 3 gols) - Impossível ficar alheio ao jogador mais versátil do elenco. Wesley chegou em 2012 após uma vaquinha frustrada, se contundiu em apenas 4 partidas e quando voltou, não pode ajudar em nada o time, que já estava atolado no inferno da segunda divisão. Na temporada de 2013, Wesley demorou muito tempo para engrenar - jogou fora de posição em diversas partidas - e irritou (com razão) boa parte da torcida. No segundo semestre e já em sua posição natural no meio, realizando a transição da defesa para o ataque, mudou da água para o vinho, virando peça vital na espinha dorsal imaginada para o centenário. Nessa temporada, Wesley começou bem, marcando gols e realizando sua função com primazia, mas teve uma queda de rendimento e uma contusão. Quando voltou, ainda baleado, foi outro que apenas jogou pedrinha na partida mais importante. Se resolver o que quer da vida, é titular absoluto e um dos esteios técnicos do time para jornadas futuras.

Bruninho (1 jogo) - Volante com características similares a do Wesley, fazendo a transição entre a defesa e o ataque, Bruninho veio da Portuguesa com o campeonato já em andamento. Na única partida que fez, foi improvisado (ah vá!) pelo Gilson Kleina na lateral direita justamente no clássico contra o Santos. Foi mal em uma posição que não era a dele e quando foi para o meio (ainda na mesma partida), não mostrou muita coisa. Digamos que o único jogo que ele jogou prejudicou qualquer análise, mas deve ser mais utilizado ao longo da temporada.

Renato (2 jogos) - O volante que foi lançado ao final do inferno da segunda divisão do ano passado estreou a temporada como titular nas duas primeiras partidas, mostrando uma certa segurança, embora nada de excepcional. Se contundiu e perdeu espaço na equipe com a ascensão dos outros volantes.

Josimar (2 jogos) - Volante de confiança do Kleina desde os tempos da Ponte, Josimar chegou ao Palmeiras com um saldo negativo junto a torcida devido ao episódio de 2013, onde o mesmo supostamente se recusou a jogar a segunda divisão por aqui e teria pedido um salário alto. Um ano se passou, o time adquiriu outras perspectivas e sem nos esquecermos do fato ocorrido enquanto estávamos na pior, Josimar desembarcou no Palestra. Estreou contra o Ituano, fez uma partida bem ruim e se machucou. Voltou de contusão apenas como substituto contra o fraco Vilhena. Ainda tem contrato até o fim do ano e, se as contusões não voltarem, tem que provar em campo que é merecedor do apoio da torcida. Que entre e coma a bola por aqui, torcemos para isso.

Meias:

Enfim, em campo. Que engrenem de vez no Brasileiro.
Foto: Fernando Alves / Agência Lance

Definitivamente, essa é uma posição na qual o palmeirense mais exige qualidade e com toda a razão do mundo. Aqui, vimos os maiores craques da história do Palmeiras e do futebol mundial desfilarem talento, por isso queremos sempre o melhor desempenho. Dito isso, o nosso meio hoje é composto com um jogador realmente acima da média tecnicamente e outros que tem talento, mas precisam se afirmar. Em comparação aos anos anteriores e ao panorama do futebol brasileiro, melhoramos muito, mas se olharmos a nossa própria história, ainda precisamos de muito mais.

Valdivia (12 jogos, 4 gols) - E não é que nessa temporada o Valdivia está jogando com mais frequência? Não sabemos se Valdivia finalmente melhorou ou se é a proximidade da Copa do Mundo, mas o fato é que ele está sendo mais útil nesse ano. Em contrapartida, mesmo em campo, tem jogos em que ele não consegue fugir da marcação (como no dérbi). No maldito jogo contra o Ituano ele até atuou, mas baleado após sofrer pancadas a torto e direito contra o Bragantino, logo não fez nada. Por essa temporada em si dá para isentá-lo dos problemas, afinal, ele não fugiu dos jogos e é um dos atletas mais frequentes no ano, mas ele ainda tem um passivo enorme com parte da torcida que ainda desconfia dele por jornadas anteriores. Torcemos para que mantenha o ritmo mostrado, que seja o Valdivia que esperamos e que a relação de "amor e ódio" se torne apenas amor.

Mendieta (13 jogos, 2 gols) - O paraguaio demorou para pegar ritmo nessa temporada devido a forte contusão sofrida em outubro do ano passado, mas continuou alternando com partidas em que mostra um futebol acima da média com jogos em que faz tudo errado. Não é meia de armador "raíz" (novamente, Kleina o escala improvisado) embora consiga descolar bons lançamentos. Em compensação, faz muito bem a função do típico "camisa 11", onde puxa a marcação e abre espaços. Ainda tem mais o que desenvolver e demonstra vontade, é uma boa opção para o time na sequência da temporada.

Bruno Cesar (10 jogos, 2 gols) - Contratação alardeada no início de temporada, chegou bem acima do peso e só estreou na metade da fase de classificação do Paulista. A principal característica é o chute forte de fora da área, algo que não foi muito mostrado nos jogos em que esteve em campo. Quando jogou amparado por Valdivia, o jogo encaixou, mas quando compôs o meio com Mendieta, não cumpriu as funções de armador e ficou um tanto perdido em campo. Em forma e após a inesperada "pré-temporada", deve continuar como titular do time e a esperança é que se solte de vez.

Marquinhos Gabriel (10 jogos, 1 gol) - Revelação do Bahia, Marquinhos Gabriel desembarcou na Turiassu como aposta. Estreou com tudo e nos primeiros jogos mostrou que sabe jogar pelos lados, de cabeça erguida e fez boas assistências. Também não é armador e quando foi incumbido de realizar essa tarefa, não foi muito feliz. Outro que sofreu com contusões, mas quando estava recuperado, inexplicavelmente foi preterido pelo intrépido Vinicius em um jogo onde cair pelas laterais talvez fosse um meio de furar uma forte retranca. Recuperado, deve ser uma das opções para o time e fica a esperança de que cresça de produção no brasileiro. Bola, já mostrou que tem.

Mazinho (10 jogos, 1 gol) - Autor de um dos gols mais importantes da história recente do Palmeiras (o gol que abriu o placar no Olímpico contra o Grêmio na Copa do Brasil de 2012), Mazinho teve uma queda vertiginosa de produção após o título da Copa do Brasil de 2012 e ao início da temporada seguinte foi emprestado para o Vissel Kobe, do Japão. Como a última impressão é a que ficou, Mazinho voltou cercado de desconfianças e apesar de ter sido importante no jogo de estreia da temporada, logo voltou ao modo standart e passou a irritar a torcida com os ataques que morriam em seus pés. A insistência de Kleina com ele nos primeiros jogos era algo inexplicável, mas o desempenho era tão fraco que até o Kleina cansou. Embora sejamos eternamente gratos pelo desempenho na Copa do Brasil de 2012, deve ser emprestado novamente, por aqui, já mostrou que não serve.

Serginho (5 jogos) - O "artilheiro dos jogos ganhos" nunca mostrou ao que veio. Iniciou a temporada improvisado na lateral, foi mal e logo voltou para o meio, onde também foi mal. Sem muitas chances e sem demonstrar nada que convença, deve voltar para o Oeste ao final do empréstimo com o Palmeiras. Não fará falta.

Felipe Menezes (5 jogos) - Jogador que nos irritou com frequência durante a temporada passada, o "Sleep" Menezes permaneceu para essa temporada. Caracterizado pela lentidão e por parecer pensar na jogada com um delay de 5 segundos, o único destaque que ele teve nesse ano foi com o golaço que ele fez de meio do campo...no jogo treino. Com apenas 5 partidas (em que foi mal em todas elas), felizmente não teve muito tempo para nos irritar. Provavelmente será pouco (ou nada) utilizado durante o restante da temporada.

Atacantes:

Nosso melhor jogador de linha atualmente. Fica, Kardec!
Foto:  Miguel Schincariol/Agência Estado

Sem sombra de dúvidas, é a posição mais carente do elenco. Temos um centroavante acima da média, mas que não tem um substituto decente. A posição de segundo atacante também inspira observações, pois nenhum jogador despontou, pelo contrário, só nos decepcionamos.

Alan Kardec (16 jogos, 9 gols) - Sem sombra de dúvidas, é o atacante matador que esperávamos desde a saída de Barcos e o melhor jogador de linha que o Palmeiras tem na atualidade. Decisivo, inteligente com e sem a bola no pé e com diversos recursos, Kardec é um dos melhores atacantes do Brasil na atualidade e foi até cotado para integrar o grupo de Felipão na seleção. A média de gols marcados nessa temporada é ainda maior do que na temporada anterior e a tendência é que ele continue (ou aumente) essa média. Fica a torcida para que Kardec permaneça de vez no Palmeiras e faça história, pois talento para isso ele já mostrou que tem.

Leandro (12 jogos, 2 gols) - A grande decepção da temporada até o momento. Após uma pequena novela ao final do ano para saber se voltava para o Grêmio ou permanecia, Leandro ficou em definitivo, mas nem passou perto do bom futebol exibido em 2013, quando foi o artilheiro da temporada - ainda que tivesse muitos jogos onde ele nos irritava. Disperso, cansou de errar passes e gols, principalmente contra o Ituano, onde o gol perdido se tornou um castigo posterior. Tem que ir para o banco o quanto antes.

Diogo (6 jogos) - Diogo chegou ao Palmeiras após um bom campeonato disputado pela Portuguesa, onde foi aquele jogador cobiçado nas temporadas de 2007/2008. Começou como titular, se contundiu e quando voltou, parecia que iria engrenar de vez e tomar a titularidade de assalto com seu futebol vertical e boas assistências. Mas se contundiu novamente e não voltou até agora, inclusive ficando ausente da reta final do Paulista. Que se cheque a condição física do atleta nesse período "sabático", pois atuou em apenas seis partidas.

Patrick Vieira (7 jogos, 1 gol) - Esse é o jogador que mais nos coloca pontos de interrogação na testa. Quando entra, vai bem, joga pelas laterais e puxa a marcação da defesa como um autêntico segundo atacante. Mas é preterido mesmo jogando bem. Na temporada passada já tinha sido estranho ver Ananias sendo aproveitado enquanto o garoto da base foi fazer um tour pelo Japão. Merece ser mais aproveitado? Sim. Será aproveitado? Não sabemos.

Miguel (3 jogos, 1 gol) - Outro jogador que veio das categorias de base do Palmeiras e o único reserva com características de centroavante, mas não chega nem perto de Alan Kardec. Grosso e mal posicionado, não deve ser aproveitado na sequência da temporada.

Rodolfo (1 jogo) - O primeiro reforço da temporada tem um currículo interessante nas categorias de base, com uma média alta de gols mesmo sendo apenas segundo atacante. Entretanto, jogou apenas meio tempo da partida contra a Portuguesa - de maneira interessante, diga-se de passagem. Nos perguntamos porque ele não era utilizado enquanto fomos obrigados a aturar o Vinicius.

Vinicius (10 jogos) (Nota: já saiu e foi para o Vitória) - Vinicius deu um novo sentido para a expressão "agora vai" de maneira irônica. Desde 2010, nunca entendemos porque ele era escalado, afinal, nunca mostrou futebol para jogar no Palmeiras. Teve apenas uma boa fase durante parte da segunda divisão, mas logo voltou ao normal e irritou todo palmeirense como de costume. A gota d'água foi o gol perdido contra o Ituano, que o tirou por definitivo daqui. Em mais de 100 partidas, fez apenas 8 gols, números fracos para um atacante. Que seja feliz em outro lugar.

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Precisamos com urgência: 
- Lateral direito que venha para ser titular;
- Zagueiro que venha para ser titular;
- Zagueiro reserva;
- Segundo volante que saia para o jogo;
- Centroavante reserva;
- Segundo atacante;

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Provável time para o início do Brasileiro levando em conta as preferências do Kleina e o elenco atual: Fernando Prass, Wendel, Lucio, Wellington, Juninho; Marcelo Oliveira, Wesley, Bruno Cesar e Valdivia; Leandro e Alan Kardec.

Espinha dorsal: Prass, Lucio, Wesley, Valdivia e Kardec.

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E vocês, o que acham? Como foi o desempenho individual de cada atleta e o que o elenco precisa para entrarmos como favorito nos próximos campeonatos? Sabemos, não é uma ciência exata, mas maximizar nossas forças é importante para que nossas chances de títulos aumentem.

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Agradecimentos ao sempre excelente Porcopedia pelo acervo de informações onde foi possível consultar o número de jogos e gols de cada atleta nessa temporada.

E agora?

A derrota do último domingo continua doendo de maneira lancinante. O reflexo dessa dor aconteceu no melancólico jogo contra o Vilhena e foi exatamente como o previsto na última postagem: o Pacaembu estava com um clima sombrio, o Palmeiras exibiu um futebol burocrático (para não dizer coisas piores) e apenas o necessário foi feito para passarmos de fase ante o fraquíssimo Vilhena - isso porque ainda conseguimos a proeza de sofrermos uma pressão inesperada, com direito a bola na trave desferida pelos visitantes.

Passada pela primeira fase da Copa do Brasil e graças a inesperada derrota contra o Ituano, ficaremos 18 dias sem ver o Palmeiras em campo. Mas e a partir de agora? Como serão as coisas?

A princípio, Gilson Kleina permanece no Palmeiras, como já foi abertamente declarado na imprensa. A despeito da campanha bem estruturada na fase de classificação, o time fraquejou de maneira imperdoável no então jogo mais importante da temporada e muito do fracasso tem dedo dele, com diversos improvisos, escolhas estranhas na escalação, substituições terríveis e sem alternativas táticas com o que tinha em campo para furar a chata retranca do Ituano. Em jornadas anteriores o treinador já havia demonstrado que não servia para treinar um time da magnitude do Palmeiras, que é um constante barril de pólvora cuja uma simples faísca é capaz de causar estragos profundos. Como o mercado de técnicos está ruim, ele permaneceu. Ao final da temporada passada ele ainda assinou contrato com um conceito incomum de produtividade, o que talvez ajudasse a elaborar estratégias mais variadas e táticas mais agressivas, mas como vimos, isso infelizmente não aconteceu.

Sabendo que Kleina fica e que não podemos fazer nada em relação a isso, resta torcer para que o intrépido treineiro reencontre a efêmera liga que o time demonstrou ao início da temporada. Não dá para confiar exatamente nos estratagemas do homem que habita a casamata alviverde, mas podemos contar que entraremos em um Campeonato Brasileiro com um nível técnico ainda mais fraco do que a temporada anterior (que já foi horrível). Até mesmo o time que sobrou na temporada passada está passando por períodos de instabilidade nesse ano corrente, o que não nos conforta nem um pouco, mas que talvez seja uma gota de esperança no mar de desolação que nos encontramos atualmente. Na pior das hipóteses, entraremos no Brasileiro nivelados e com a obrigação de vencer, já que não vencemos esse campeonato há incômodos 20 anos. 

No torneio longo, os primeiros adversários serão: Criciuma (F), Time do Tribunal (C), Flamengo (F) e Goiás (C), adversários, que a princípio, não metem medo. Ao contrário das últimas edições que participamos e que teve uma Copa interrompendo, não soa como insanidade pensar que dessa vez não iremos para o intervalo da Copa passando perrengues como nas edições anteriores com formatos similares. Bem o contrário, devido ao baixo nível do campeonato (e apenas por isso), a esperança é que despontemos na frente da tabela e que o time tente manter o embalo e brigue na ponta de cima da tabela, algo que não acontece desde o fatídico campeonato de 2009 (em 2011 até chegamos a brigar no pelotão de cima, mas ai aconteceu o episódio Kleber). Só resta conferir os próximos acontecimentos, espero de coração que nossa briga seja na parte de cima, mas, sabemos, o Palmeiras dos últimos anos consegue nos colocar enormes pontos de interrogação em nossas cabeças e por isso é difícil até projetar cenários futuros.

Simultaneamente, a Copa do Brasil prossegue e o Palmeiras tem pela frente o vencedor de Interporto x Sampaio Correa. A obrigação é matar o jogo já na ida e pegar o vencedor de Avaí x ASA na terceira fase. Também é obrigação passar, seja lá qual for o adversário. Após isso, entra na fase de sorteio e os jogos ficam cada vez mais complicados. Na edição do ano passado, os comandados de Kleina perderam de maneira vergonhosa para um freguês costumeiro (e que tínhamos vantagem). Com o mesmo treinador e após o vexame do último domingo, como confiar?

Soma tudo isso com um elenco que possui carências sérias que saltam aos olhos (dissecaremos o elenco atual em uma postagem futura) e com uma torcida que está, com toda razão do mundo, desconfiada, irritada e sem saber o que pensar direito. 

Cabe aos responsáveis pelo Palmeiras (do presidente ao roupeiro) equacionarem esses problemas que nos atormentam fortemente. Estamos no centenário e já deixamos um título fugir, não queremos passar mais vergonhas e humilhações, já tivemos isso aos montes nos últimos anos. REAGE, PALESTRA!

É...
Foto: Marcos Ribolli/GloboEsporte.com