Estamos classificados!

O Palmeiras garantiu matematicamente a passagem às quartas-de-final do campeonato Paulista, ao vencer a Portuguesa por um a zero em um Pacaembu com dez mil torcedores. O resultado veio após um primeiro tempo excelente, porém sem gols, e um segundo tempo onde fizemos o gol logo no início e tivemos que contar com mais uma grande atuação de Fernando Prass para evitar o empate. 

Como previsto, Kleina armou o time com Patrick Vieira como titular. Aberto pela direita, Patrick abria espaços para as descidas de Wendel. Mendieta fez bem o papel de armador e ajudou muito na marcação. Após quinze minutos de equilíbrio, os últimos 30 minutos do segundo tempo foram de amplo domínio do Palmeiras, com muitas finalizações de dentro e de fora da área, e em pelo menos quatro oportunidades estivemos muito próximos de abrir o placar: primeiro com um chute de longe de Wesley que Gledson defendeu brilhantemente. Depois, em um passe de Mendieta para Patrick Vieira, Patrick girou sobre o zagueiro Wagner, invadiu a área, e na saída de Gledson tocou para Alan Kardec, mas o passe foi um pouco mais à frente do que deveria e Kardec não alcançou. Logo em seguida, novamente Patrick Vieira pegou uma sobra na grande área e bateu por cima do gol. A última chance foi com Vinicius, em grande jogada individual pela esquerda, mas a finalização por cobertura foi abafada por Gledson. O Palmeiras sobrou no primeiro tempo, mas não conseguiu traduzir a superioridade em gols. 

Mas a sorte mudou logo no primeiro lance do segundo tempo. Em um rebote de escanteio, Marcelo Oliveira tentou dar um chapéu em William Magrão, que interceptou com o braço esquerdo. Pênalti claríssimo, que o árbitro Vinicius Furlan preferiu marcar como falta fora da área. Na cobrança, a barreira ficou absurdamente próxima à bola. Ao perceber que devido à proximidade da barreira não haveria espaço para tentar o chute direto e que o árbitro não faria nada a respeito, Wesley optou por rolar a bola para Juninho. O lateral encheu o pé e a bola passou no meio da barreira que havia aberto quando Wesley ameaçou o chute. A bola entrou no canto esquerdo baixo de Gledson. Foi o terceiro de Juninho no campeonato. 


         (Foto: Leandro Martins / Futura Press - Globoesporte.com)


A partir do gol, o certo seria controlar o jogo, manter a posse de bola, encaixar a marcação quando a bola estivesse com o adversário e tentar matar o jogo em um contra-ataque. Mas nada disso aconteceu. O Palmeiras, jogando em casa, aceitou ser pressionado por um time inferior. Os dois atacantes da Portuguesa, Henrique e Leandro, jogavam centralizados e davam muito trabalho a Lucio e Marcelo Oliveira. Para não perder a sobra, Egúren era obrigado a recuar para ficar próximo dos zagueiros. Com isso, a marcação no meio ficava a cargo de Wesley e Mendieta, que não conseguem fazer o papel de anular o meio adversário sem o auxílio de um primeiro volante típico. A situação poderia ser corrigida com a entrada de França no lugar de Vinicius ou Patrick, mas Kleina preferiu colocar Bruno César no lugar de Vinicius. BC ficou aberto na direita e Patrick foi para a esquerda. Foi a deixa para a Portuguesa tomar conta do meio-campo e pressionar o Palmeiras com uma intensidade que só vimos uma vez este ano, nos primeiros minutos do segundo tempo do Derby. Foi um bombardeio, e aí apareceu Fernando Prass, com quatro defesas dignas de Marcos. Uma cabeçada de Leandro no chão e no contrapé, um chute de Henrique no alto, uma abafada após a falha da defesa em um escanteio, e a mais impressionante, uma bomba de Henrique a queima-roupa que Prass desviou com muito reflexo, fazendo a bola explodir no travessão. Isso sem citar o gol de William Magrão, logo após o de Juninho, corretamente anulado por impedimento. 

A entrada de Rodolfo aos 25 minutos no lugar de Patrick Vieira não mudou em nada o panorama da partida. A pressão só arrefeceu quando Kleina finalmente promoveu a entrada de França no lugar de Mendieta, que fez excelente partida. Fez o óbvio, porém demorou. 

Cabe aqui um breve comentário sobre Rodolfo: pareceu ter personalidade e vontade de mostrar serviço. Fez até um lindo passe de calcanhar para Alan Kardec na esquerda, em lance que terminou em um gol incrivelmente perdido por Wesley, que deixou a bola dar uma escapada no domínio e por isso acabou demorando um pouco para finalizar e foi travado pela zaga. O próximo jogo, contra o já rebaixado Paulista, pode ser uma boa oportunidade para o garoto mostrar serviço, mas Kleina provavelmente não dará a ele essa chance. 

Agora, com o primeiro lugar do grupo já garantido, resta apenas buscar o primeiro lugar geral, que será definido no confronto direto contra o Santos, na Vila. A partida contra o Paulista é ótima para poupar os principais jogadores. Lúcio já não joga porque tomou o terceiro amarelo, Valdivia deve ser poupado, e não seria má ideia tirar também Alan Kardec da partida. Bruno César, Rodolfo e Bruno Oliveira poderiam entrar como titulares. Aguardemos a definição de Kleina. 

Desta partida contra a Lusa, ficam as lições do que deu certo e deve ser repetido - a ótima atuação no primeiro tempo - e do que não pode mais acontecer - o excesso de falhas e a pressão do segundo tempo. Faltam três jogos para começarmos a decidir o campeonato, é hora de acertar de vez esse time. 

Atuações: as notas de hoje foram dadas por Thiago, Renato, Juliane, Marcus e pelo amigo Paulo Nóbrega (@paulohnobrega), a quem agradecemos por mais uma valiosa contribuição. Para nos, o melhor foi mais uma vez Fernando Prass. Ninguém se destacou como o pior do time, mas a menor média, por bem pouco, foi de Vinicius. 


1 comentários:

Ariane Miranda mod

Falou bem: Hora de acertar de vez esse time. A hora da verdade vem aí e tudo indica que iremos pra final contra o Santos, que tem uma equipe organizada e vem tão bem quanto a gente. Equilíbrio e muito treino, é o que precisamos.

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