Metade do martírio já se foi.

    Com vários desfalques e dois volantes, o Palmeiras ficou no 0x0 com a Chapecoense e garantiu o título simbólico do 1º turno da série B. A distância para o 5º colocado permanece em 11 pontos. Projetando essa diferença para o 2º turno, a se manterem as proporções atuais, chegaremos à 32ª rodada com 18 ou 19 pontos de vantagem sobre o 5º colocado, garantindo o acesso com 6 rodadas de antecipação. Os tropeços acontecem e continuarão acontecendo. Foram 6 em 19 jogos no turno, sendo 3 empates e 3 derrotas, sendo que dessas 3 derrotas uma foi em um gramado impraticável devido à chuva no Recife, e com um gol de mão, e outra foi com um time misto. Concluímos, portanto, que a campanha até a metade desse campeonato maldito está absolutamente dentro do previsto e do aceitável.

    A partida desta terça-feira, vista por pouco mais de 9 mil torcedores no Municipal, começou com o Palmeiras pressionando o Verdão do Oeste, que veio muito recuado para buscar o empate. Apesar da escalação do Presuntinho Kleina sugerir um 4-5-1, o time veio mesmo no 4-4-2, com Ronny fazendo companhia a Alan Kardec no ataque, pelo lado esquerdo. Exatamente a função que é exercida pelo Vinícius, o que levanta a dúvida: por que não entrar com o Vinícius de uma vez, ao invés de improvisar o Ronny?  Durante todo o primeiro tempo, as melhores jogadas passavam pelos pés de Mendieta, que aos poucos vai se soltando e cavando seu lugar no time. Mas, na hora de concluir as jogadas, sempre acabava faltando a qualidade no passe (exceção feita a uma linda enfiada de bola para Juninho, que perdeu o gol bizarramente), ou ele dava um toquezinho a mais. Mas já podemos projetar uma bela dupla do paraguaio com o chileno, caso Kleina se renda ao clamor da torcida. A Chapecoense conseguia puxar alguns bons contra-ataques, principalmente nas costas de Luiz Felipe, que se lançava ao ataque sem medo - e também sem muita qualidade, diga-se. Ronny apanhava muito pela esquerda, Felipe Menezes estava sumido do jogo e Alan Kardec fazia bem o pivô, mas não conseguia encontrar espaços para a finalização. Mas a melhor chance do primeiro tempo veio numa bola parada. A defesa rechaçou e Wesley pegou o rebote no meio campo, lançando de volta para a área. Tiago Alves matou no peito e finalizou rápido, mas o chute saiu fraco e em cima do goleiro.

    Voltamos para o segundo tempo com Vinícius no lugar de Ronny, que passou metade do primeiro tempo mancando após uma torção no tornozelo, além de ter sofrido várias faltas por trás, sem que o árbitro advertisse os jogadores da Chapecoense. Essa substituição deu mais força, movimentação e velocidade ao ataque, mas Vinicius acabou matando três desses ataques com finalizações desnecessárias, já que havia companheiros em melhores condições para finalizar. Apesar disso, foram chutes que levaram perigo, assim como um de Alan Kardec e uma cabeçada de Tiago Alves. A entrada de Serginho no lugar do inoperante Felipe Menezes abriu mais o ataque, espalhando mais os defensores da Chape e abrindo espaços para o apoio de Luiz Felipe e de Wesley - este último, no segundo tempo, assumiu a armação do time, devido à queda de produção de Mendieta. No entanto, Serginho deixou a desejar na parte técnica, não dando uma boa sequência aos lances. Aos 21, Fernando Prass fez uma ótima defesa, na única chance da Chapecoense em toda a segunda etapa, numa bola parada que foi desviada na linha da pequena área. O Palmeiras mantinha a posse de bola, parecia que faria o gol a qualquer momento, mas parava na ótima atuação do goleiro Rodolfo, principalmente em chutes rasteiros de Wesley e Vinicius, muito bem defendidos no canto esquerdo. E com direito a uma cabeçada de André Luiz na trave, no último lance. A bola voltou no goleiro e poderia ter ido para o fundo do gol, mas a sorte não estava ao nosso lado e a pelota foi na trave, nas costas do goleiro, e saiu. Kleina nem usou a terceira alteração, e nada leva a crer que isso mudaria algo, já que as opções no banco também não eram grande coisa.

    A ressaltar o bom trabalho da defesa. André Luiz não cometeu os mesmos erros de posicionamento vistos em outros jogos, e Tiago Alves novamente foi muito seguro, demonstra tranquilidade, não é afobado e nem comete muitas faltas - mas perdeu um gol que não se pode perder. Por incrível que pareça, Márcio Araújo foi eficiente na proteção à zaga, e fez uma de suas melhores partidas pelo Palmeiras. Foi excelente para o nível Márcio Araújo, mas ainda muito aquém do que precisamos. Mas o suficiente para encararmos a segunda metade da interminável série B sem maiores percalços. E Fernando Prass novamente correspondeu quando foi exigido, com uma ótima defesa em cada tempo.

    Daqui até o fim do campeonato, com um time titular definido, maior entrosamento, e infelizmente sem ter que dividir as atuações com a Copa do Brasil, é de se esperar que o aproveitamento seja superior aos 73,7% do primeiro turno. Teremos que aturar Gilson Kleina até o fim do ano, então que pelo menos ele deixe uma base bem estruturada para o técnico do Centenário.

   Atuações: os jogadores hoje foram avaliados por A = Ariane (@Ariane_Miranda), J =  Juliane (@JulianeMadison), M = Mark (@Marcaoninja), MA =  Mari (@andrade_mari), T = Thiago (@thiagospinelli) e como convidado, nosso amigo Miguel Salek (@miguelsalek), identificado com um S. Para nós, o melhor do time foi Fernando Prass, e o pior desta vez não foi Márcio Araújo nem Presuntinho Kleina, e sim o incrível Juninho (provavelmente, daqui até o fim do campeonato, o pior do time será sempre um desses três).

Prass - 7,25
A - 8
J - 8
M - 6
MA - 7
S - 7
T - 7,5

Luiz Felipe - 4,83
A - 6
J - 4
M - 4
MA - 3
S - 6,5
T - 5,5

André Luiz - 4,92
A - 6
J - 4
M - 4
MA - 3
S - 6,5
T - 6

Tiago Alves - 5,0
A - 5
J - 4
M - 5
MA - 4
S - 5,5
T - 6,5

Juninho - 2,25
A - 3
J - 3
M - ZERO
MA - ZERO
S - 3,5
T - 4

Márcio Araújo - 4,25
A - 6
J - 4
M - 2
MA - 2
S - 5
T - 6,5

Wesley - 4,33
A - 4
J - 4
M - 3
MA - 4
S - 5
T - 6

Mendieta - 6,75
A - 7
J - 7
M - 6,5
MA - 6
S - 7,5
T - 6,5

Felipe Menezes - 5
A - 2
J - 7
M - 6
MA - 6
S - 6
T - 3

Ronny - 3,5
A - 4
J - 1
M - 3
MA - 2
S - 6
T - 5

Alan Kardec - 4,74
A - 5
J - 5
M - 4
MA - 4
S - 4,5
T - 6

Vinicius - 6,58
A - 7
J - 6
M - 7
MA - 6
S - 6,5
T - 7

Serginho - 3,7
A - 4
J - 2
M - S/N
MA - 3
S - 5
T - 4,5

Kleina - 3,08
A - 6
J - ZERO
M - 2
MA - 1
S - 6
T - 3,5

1 comentários:

Os gols perdidos doeram.

Para esse ano não temos muitas perspectivas, resta um turno para acabar com esse suplício e assim sonharmos com um centenário digno.

E vamo que vamo!

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