No futebol atual, a competitividade é essencial. O que vimos hoje no ridículo gramado do estádio Durival de Brito e Silva, em Curitiba, é uma prova disso. O Paraná disputando uma partida importantíssima para as pretensões de acesso, e o Palmeiras preguiçosamente cumprindo tabela. Se não fosse a diferença técnica gritante, voltaríamos com uma derrota, que por sinal não faria diferença alguma. 2013 acabou para o Palmeiras com o principal objetivo cumprido, e a antecedência gera o desinteresse nas rodadas finais. Será assim até o fim da temporada.
A escalação de hoje era bem parecida com aquela que vínhamos querendo há tempos. Eguren dava proteção à zaga, auxiliado por Massaraújo. Wesley fazia um terceiro volante, Valdivia liberado da marcação e Leandro se movimentando para abrir espaços. Tinha tudo pra dar certo, se não fosse o desinteresse dos atletas. As exceções eram Eguren e Marcelo Oliveira, querendo cavar suas vagas entre os titulares. O uruguaio rachava todas e foi o melhor do primeiro tempo, enquanto Marcelo Oliveira esbarrava em sua limitação técnica. Ofensivamente, apenas Wesley tentava algo, mas o lamentável estado do gramado atrapalhava todas as jogadas.
Mas a partida serviu para mostrar a diferença que faz um primeiro volante marcador, firme. Mesmo precisando da vitória, o Paraná em nenhum momento conseguiu invadir nossa área tocando bola, o que foi muito comum durante a maioria dos jogos do ano. E o melhor lance do primeiro tempo foi um chute de Leandro, rasteiro, que atingiu a trave direita do goleiro paranista. Aliás, assim podemos resumir a participação de Leandro no jogo: apareceu pouco, mas quando apareceu, foi decisivo.
No segundo tempo, o Paraná voltou com a marcação mais adiantada. Contando também com a marcação do gramado, o time de Dado Cavalcanti (que pode ter caído após o jogo - informação carece de confirmação) conseguiu abafar o Palmeiras em seu campo de defesa, mas ainda não conseguia entrar na nossa área. Quando Luis Felipe sentiu uma contusão - já pode ser a praga de palmeirense se manifestando -, Kleina teve mais um de seus ataques de genialidade e colocou Ananias no jogo, deslocando Márcio Araújo para a lateral. Com isso, Eguren perdeu o auxílio na marcação, Araújo não marcava mais ninguém, Wesley sumiu do jogo, e Ananias só foi visto fazendo uma cobertura de contra-ataque. Assim como Alan Kardec, que na maior parte da partida esteve auxiliando na marcação em nossa lateral direita, no campo de defesa. Não dá para entender esse esquema.
Mas o que acabou de vez com qualquer lógica foi a entrada de Léo Gago no lugar de Wesley. Foi o recado definitivo de Gilson Kleina: "pode vir pra cima, Paraná, nós não vamos te atacar". E eles vieram. Com a frente da área congestionada, o gramado horroroso e a tarde pouco inspirada de Lucio Flavio, as chances não apareciam. Foi aí que Edson Sitta, volante que não havia feito nenhum gol no campeonato, acertou um daqueles chutes que só acertam contra o Palmeiras. A bola bateu no travessão e caiu meio metro dentro do gol. Um golaço.
Eram 38 do segundo tempo, e o gol acordou o Palmeiras. Com mais uma alteração a fazer, e jogadores ofensivos como Ronny, Vinicius e Serginho no banco, Kleina mais uma vez surpreendeu e mandou a campo a arma secreta: J U N I N H O.
Com Juninho se apresentando pela esquerda, o Palmeiras resolveu que era hora de atacar pela direita. E foi por ali que Alan Kardec recebeu de costas para o gol e tocou de calcanhar para Henrique, que mais uma vez virou centroavante nesse esquema tão organizado. Henrique protegeu - como um centroavante dos bons, diga-se - e a bola sobrou para Leandro. O 38 foi mais rápido que o zagueiro, foi liso para escapar da falta, e não foi burro de se jogar. Ficou cara a cara com o goleiro e bateu cruzado, rasteiro, com muita calma e precisão. Um gol de atacante que joga sério, e mostra que já está mais experiente do que quando chegou no início do ano. Não foi um golaço, mas foi um grande gol de Leandro em um momento decisivo do jogo, pois eram 43 minutos e provavelmente seria a última chance de buscar o empate.
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(Foto: Geraldo Bubniak/ Fotoarena) |
Serão mais cinco jogos no ano, e provavelmente todos muito parecidos com esse 1x1. No próximo sábado, o adversário será o JEC, que está a um ponto do G4. Depois, o Paysandu, que briga para não cair. Assim como a partida de hoje, os adversários estarão com espírito de final, e o Palmeiras cumprindo tabela. Para nós, torcedores, a dica é encarar como simples amistosos, a fim de evitar a fadiga.
Atuações: notas de hoje atribuídas por Ariane (A), Borges (B), Juliane (J), Mark (M) e Thiago (T). Para nós, o melhor em campo foi Eguren, que finalmente correspondeu. E o pior foi Luis Felipe, cuja contusão desejamos que o tire do resto do ano.
Fernando Prass 6,8
A 6,5
B 8
J 7
M 6
T 6,5
Luis Felipe 2,2
A 4
B 4
J 1
M ZERO
T 2
André Luiz 6,1
A 5,5
B 5
J 4
M 5
T 7
Henrique 6,4
A 7
B 6
J 6
M 6
T 7
Marcelo Oliveira 3,0
A 4
B 3,5
J 2
M 3
T 2,5
Eguren 7,9
A 7,5
B 8
J 7
M 9
T 8
Márcio Araújo 4,2
A 3
B 6
J 5
M 2
T 5
Wesley 5,3
A 6
B 5
J 5
M 5
T 5,5
Valdivia 3,2
A 3
B 4
J 4
M 2
T 3
Leandro 7,4
A 7
B 7,5
J 7,5
M 7
T 8
Alan Kardec 6,0
A 7
B 6,5
J 6
M 6,5
T 4
Ananias 2,3
A 2
B 5
J 1
M 2
T 1,5
Léo Gago 4,33
A 4
B sn
J 5
M 4
T sn
Juninho sn
A sn
B sn
J sn
M sn
T sn
Gilson Kleina 2,6
A 5
B 4
J 4
M ZERO
T ZERO
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