Fizemos a nossa parte

Com gols de Alan Kardec e Wesley - e assistências de Wesley e Alan Kardec -, o Palmeiras venceu o Bragantense por 2-0 no Pacaembu e qualificou-se para disputar a semifinal contra o Ituense, neste domingo. Na outra semi, os nanicos da Baixada enfrentam o Penapolano. 

(Foto: Mauro Horita - Globoesporte.com)


Com quase todos os atletas à disposição, Kleina manteve Bruno César no time, promoveu o retorno de Wesley, Marcelo Oliveira voltou ao meio-campo e Leandro, em má fase, continuou no time. Mendieta, Eguren e França foram para a reserva. 

E começamos muito bem a partida, empurrando o Bragançano para dentro de seu campo, tocando a bola com consciência e tendo a paciência de esperar os espaços. Já o adversário apenas batia e fazia cera. Sim, cera desde o primeiro minuto, contando com a manutenção do 0-0 que irritaria nosso time e torcida. Mas a tática só durou 21 minutos. Valdivia e Bruno Cesar tabelaram pela direita e o camisa 30 bateu forte. O goleiro Rafael Defendi espalmou para escanteio. Na cobrança, Wesley bateu fechado, o zagueiro Alexandre falhou e a bola sobrou para Alan Kardec, que ganhou a dividida com o goleiro e bateu pelo alto, abrindo o placar. 

Após o gol, era a hora de manter a calma, deixar os laterais apoiarem mas segurando Marcelo Oliveira na cobertura, tocar a bola e esperar o momento certo para dar o bote. Mas não foi o que aconteceu, o Palmeiras começou a tentar jogar com bolas longas, o que facilitava para a zaga do Bragancense, formada por três zagueiros muito altos - estilo Marcelo Veiga de retranca, que ele vem utilizando ah anos. Quando conseguia sair tocando bola, o Palmeiras avançava com os laterais e todos os homens de meio, dando espaços ao contra-ataque, o que é inadmissível quando se está vencendo um jogo decisivo por apenas um gol de diferença. A sorte é que o contra-ataque não é o estilo do time do interior, que joga uma espécie de Extreme Muricybol, procurando apenas as faltas para levantar a bola na área. É o Muricybol levado ao limite, seria um Veigabol. E o Palmeiras propiciava isso, fazia diversas faltas, e todas elas eram cobradas com chuveirinhos, mas parece que finalmente Kleina treinou esse tipo de lance, e rechaçamos todas sem problemas. Entre uma falta e outra, eles batiam. Batiam muito, principalmente, claro, em Valdivia, com a complacência do péssimo árbitro Flavio Guerra, o mesmo que em 2008 marcou 3 pênaltis - todos existentes - a nosso favor contra os bambis e depois ficou mais de um ano na geladeira por conta disso. 

No intervalo, Marcelo Veiga tirou o camisa 10 Magno, e isso parece ter acabado com as chances do time. Eles não conseguiam mais as aproximações e tabelas para cavar faltas. Aos quatro minutos, Valdivia escapou de ser expulso, ao dar uma pegada desnecessária em Jeandro na lateral. Ficou só no amarelo, e segue o jogo. Mesmo sem poder ofensivo, o Bragançano passou a dar espaços para o Palmeiras. Perdemos duas chances claras de gol, uma com Alan Kardec que errou o chute em rebote de arremate de Marcelo Oliveira (após linda jogada do volante) e outra em que Leandro entrou em diagonal, recebeu excelente passe de Wesley e com um leve toque deixou Valdivia de frente para o goleiro. O chute foi defendido, Kardec pegou o rebote e bateu para nova defesa, e Valdivia ainda aproveitou a sobra para tentar de novo, mas a bola explodiu na zaga. 

Aos 17, finalmente o gol que nos deu tranquilidade. Valdivia disputou bola com Jeandro na intermediária. Fez falta, puxando a camisa, mas com muita disposição ganhou a disputa e adriu na direita para Bruno César. Bruno tocou de primeira buscando Alan Kardec, mas o passe foi muito forte, no entanto sobrou para Leandro disputar com o goleiro. Na disputa, a bola sobrou para Kardec, que estava meio de costas para o gol e preferiu não finalizar. Apenas ajeitou para Wesley que chegava de frente e fuzilou. Nesse instante, a classificação estava garantida. 

A partir daí, o show ficou por conta de Valdivia. O Mago, que já havia voltado no segundo tempo muito mais ligado do que no primeiro, comandou o toque de bola no meio. A presença de Wesley facilita demais esse toque de bola. Juninho também movimentava-se muito bem, na maioria das vezes pelo meio, e o Palmeiras envolvia o adversário. As entradas de Patrick Vieira e Eguren nos lugares de Leandro e Bruno César foram meramente protocolares. No final, Vinicius substituiu Wendel, que sentiu uma contusão, e Wesley terminou o jogo na lateral. 

O time de hoje - Prass, Wendel, Lucio, Tiago Alves, Juninho, Marcelo Oliveira, Wesley, Bruno César, Valdivia, Leandro e Kardec - parece ser o time ideal de Kleina, ressalva feita a Tiago Alves, que não sabemos se realmente ganhou a posição ou se continua no time devido à falta de ritmo de Wellington. Ainda há ajustes a fazer. Um deles é a proteção à zaga, pois Wesley ainda está deixando Marcelo Oliveira muito isolado nessa função, o que pode ser perigoso contra times de maior poderio ofensivo, como o Santos. Por outro lado, Valdivia, muito bem fisicamente, está auxiliando bastante na marcação, sacrificando-se por Bruno César, que ainda não tem mobilidade suficiente para ajudar lá atrás. O posicionamento de Bruno César é outro detalhe a ser ajustado. Jogando fixo pela meia-direita, às vezes quase como um ponta, sua performance fica limitado. A qualidade no passe e visão de jogo não aparecem tanto, além do posicionamento fixo criar uma referência para a marcação. E sua maior qualidade, o chute de fora, seria melhor aproveitada se ele tivesse a chance de chegar de frente para o gol. Talvez esse posicionamento fixo seja devido ao condicionamento físico ainda precário, mas esperamos ver Bruno César rodando mais pelo campo nos próximos jogos. E Leandro precisa aparecer mais para o jogo. Ele tem qualidade, e tem estrela, pois muitas vezes fez gols em momentos em que o time precisava daquele gol, mas precisa ser mais participativo e atento. 

Domingo, às 18:30, mais uma vez sem tv aberta, já que o time oficial da Globo está morto e enterrado, enfrentaremos o Ituense, dono da melhor defesa do campeonato e do ídolo camisa 10 Cristian Mendigo. É o último passo para chegarmos à primeira final de Paulistão desde 2008. Dá para dizer, sem medo de errar, que estaremos na final. Mantendo o foco e sem salto alto, estaremos lá. AVANTI!!!!

Atuações: notas de hoje foram por conta de Ariane, Juliane, Marcus, Renato e Thiago. Para nós, o pior foi Patrick Vieira, que entrou já com o jogo ganho e não teve chance de fazer muita coisa. O melhor foi Alan Kardec, em mais uma de suas grandes exibições. 


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