O único 100%

O Palestra venceu o Clube Atlético Penapolense por 1x0 no Pacaembu nesta quinta-feira, com gol de Marquinhos Gabriel, e manteve-se como o único time 100% após quatro rodadas de Paulistão. De quebra, estreamos novo e belo uniforme. 

O jogo não foi muito bom, mas isso é "culpa" do Penapolense e seu técnico Narciso. O time do Interior entrou com 4 volantes, um meia e um atacante, e laterais que não passavam do meio. Jogavam por uma bola, que felizmente não aconteceu. Já o Palmeiras entrou com praticamente o mesmo time do jogo de domingo em Sorocaba, exceção feita ao retorno de Wellington no lugar do ex-capitão Henrique, vendido ao Napoli. Diga-se de passagem, excelente retorno. 

Mas o primeiro tempo foi abaixo das expectativas. Kleina, teimoso e aparentemente meio cego, voltou ao malfadado 4-3-3 do ano passado que nunca funcionou. M. Oliveira de volante, Wesley mezzo volante mezzo meia, Valdivia armando, Leandro e Mazinho abertos, Kardec centralizado. Nosso meio-campo tinha o domínio das ações, mesmo com 3 jogadores contra 5, mas Valdivia não conseguia criar, porque estava sozinho para armar, contra muita gente marcando. Os laterais eram bloqueados, Mazinho e Leandro estavam mal, Kardec sumido, praticamente a mesma coisa do primeiro tempo de domingo. Com isso, não criamos muitas chances de gol. Foram apenas 3 no primeiro tempo: aos 7, Juninho fez ótimo cruzamento, no peito de Leandro. A zaga chegou na cobertura, Rodrigo Biro se atrapalhou e quase fez contra. Aos 18, Valdivia roubou a bola de Petrus, tinha Leandro livre pela direita, mas foi fominha e bateu pra fora, com perigo. Aos 41, Heleno, ex-Santos, que já deveria ter sido expulso aos 3 por agredir Lucio após tomar um chapéu, deu uma solada nas costas de Wesley, tomou o segundo amarelo e foi embora. E assim pudemos ter a terceira e melhor chance de gol na etapa inicial: Wendel desceu pela direita e acertou um bom chute, que Samuel rebateu no pé de Mazinho. O nosso "Messi", canhoto, tentou bater de primeira com a direita e errou. 

Como previsto, Valdivia não voltou do intervalo. Em seu lugar, entrou Marquinhos Gabriel. Mas essa não foi a principal modificação. O que fez o time melhorar foi o novo posicionamento de Mazinho, que deixou de ser um ponta e veio trabalhar na meia. Com o 4-4-2, Mazinho e Marquinhos Gabriel dividiram a atenção dos agora 3 volantes do Penapolense. O Palmeiras passou a rodar a bola, com paciência, e Wesley passou a ter espaços para arriscar bons chutes de fora da área - quando tivermos Bruno César veremos isso com mais frequência. 

A primeira chance já veio no primeiro minuto: Wesley bateu escanteio pela direita, Marcelo Oliveira desviou de cabeça, a bola foi no travessão, e no rebote, Lúcio, talvez atrapalhado por uma vontade excessiva de fazer seu primeiro gol, chutou de esquerda lá no tobogã. Aos 3, Wesley arriscou de fora, de esquerda, e a bola saiu por pouco. Aos 11, Marquinhos Gabriel invadiu a área pela esquerda e bateu para defesa de Samuel. No rebote, Alan Kardec, desequilibrado, pegou mal e o zagueiro tirou, já sem goleiro. Aos 13, Wendel recebeu lançamento pela direita e tentou um chutaço, para mais uma ótima defesa de Samuel. Aos 17, Wesley bateu escanteio, Wellington desviou de cabeça, e a bola passou raspando a trave direita. 

O Papenapolense marcava com todos os jogadores da intermediária para trás, esperando uma bobeada para puxar o contra-ataque e talvez fazer um gol. Por conta disso, acabou acontecendo o lance do gol, que mostra a enorme importância de termos em campo um jogador inteligente e que enxergue o jogo. Aos 20, Mazinho perdeu a bola e o time de Patópolis ou Penápolis, bem instruído por Narciso, saiu em bloco no contra-ataque para tentar surpreender, pois sabiam que não teriam muitas chances assim. O jogador que recebeu a bola pela meia-direita bateu do bico da grande área, para fora. Aí veio o "pulo do gato": Fernando Prass percebeu que pela primeira vez o adversário havia saído com 5 jogadores. Após o chute para fora, ele rapidamente pegou a bola que fica ao lado do gol, colocou no chão e bateu o tiro de meta. Wesley puxou o contra-ataque pela esquerda e abriu para Marquinhos Gabriel na direita. Ele tocou para Kardec, que tentou cruzar rasteiro para Leandro. O goleiro cortou o cruzamento, mas Marquinhos Gabriel aproveitou o rebote para fazer o único gol do jogo. Pode não parecer, mas Prass teve uma participação decisiva no gol, porque graças a ele conseguimos pegar o adversário aberto, pela única vez no jogo. Brilhante, assim como Wesley na transição.

 (Foto: Piervi Fonseca / Ag. Estado - Globoesporte.com) 


Logo após o gol, Felipe Menezes entrou no lugar de Mazinho que, se não foi bem tecnicamente, teve imensa importância tática no segundo tempo. Wesley tentou de fora da área mais duas vezes, aos 25 e 28. Mesmo perdendo, o Penapolense continuou retraído, e a melhor chance de fazer o segundo foi de Alan Kardec, escorando ótimo cruzamento de Wendel, mas a bola subiu muito. Aos 35, uma bobeada e quase tomamos o empate, mas ficou no susto. 

De positivo, temos a manutenção dos 100% que nos dá a chance de fazer vários testes e poupar os principais jogadores nós últimos jogos da primeira fase, além da incrível fase de Wendel e do excelente retorno de Wellington, que jogou mais do que Henrique vinha jogando. Marcelo Oliveira continua fazendo ótimas partidas, e Marquinhos Gabriel mostra que vai brigar para ser titular. De negativo, apenas o fato de Kleina ter novamente insistido no 4-3-3 no primeiro tempo. Já cansamos de falar nesse esquema que NUNCA DEU CERTO. 

Agora é foco total no primeiro jogo que realmente vale muito no ano. Que venham as meninas. Que venham Fabulosa e o ajoelhador. Que venha o maldito técnico que nos tirou o título de 2009. Vamos lotar o Porcoembu no domingo. 

Atuações: as notas de hoje ficam por conta de Ariane, Juliane, Marcus, Thiago e nosso amigo Paulo Nóbrega (@paulohnobrega) que gentilmente colaborou conosco. Para nós, o melhor foi Marquinhos Gabriel, com menção honrosa novamente para Wendel. O pior, pela segunda vez seguida, foi Mazinho. 


Postar um comentário