Faltou pouco para ganhar e pouco para perder

Com uma atuação segura e tranquila no primeiro tempo e irreconhecível no segundo, o Palmeiras ficou no empate por um gol com o time da zona leste, neste domingo no Pacaembu, e manteve a liderança e a invencibilidade no Paulistão/14. Se não foi o resultado que esperávamos, pelo que mostraram as duas equipes o empate foi justo. 

Como era de se esperar, Kleina mandou a campo o mesmo time do empate com o Audax, mudando apenas na lateral esquerda, pois Juninho voltava de suspensão. Insistiu em Mazinho, que a bem da verdade fez uma grande partida na estreia do ano e acabou ali. Por isso, já voltamos a questionar Gilson Kleina: será que Marquinhos Gabriel não consegue, taticamente, fazer o papel de marcar a subida do lateral como Mazinho? Se conseguir, não há motivos para não colocá-lo como titular, já que tecnicamente a diferença é imensa. 


Foto: globoesporte.com


O outro time veio com 3 volantes e contou com a estreia do anão que fez troca-troca com o Pato. Também esperado. O jogo começou muito truncado, com muitas faltas, e até os 20 minutos a única chance de gol havia sido de Valdivia, que não alcançou de cabeça a falta batida por Mazinho pela esquerda. Os dois times insistiam nos chutões e a bola pouco ficava no chão. Apesar de bem disputado, o jogo era péssimo tecnicamente. Marcelo Oliveira fez seu papel novamente na marcação, embora sem tanto destaque como nos últimos jogos, mas na hora de sair jogando estava um desastre, errando muitos passes. Mazinho fez o que pedíamos durante a semana: marcou o Uendel, que mal foi visto em campo durante todo o jogo, mas na hora de atacar sempre atrapalhava. Wesley jogou mais aberto pela esquerda do que de costume, e com isso o time ficou torto, só atacava pela esquerda, com Wesley, Juninho e Leandro. Valdivia fazia um bom primeiro tempo, mas depois do intervalo simplesmente sumiu. 


Com os dois times tensos e o jogo bastante picado, a primeira etapa teve poucas boas chances de gol. Além da já citada, com Valdivia, o chileno ainda acertou um excelente passe para Mazinho que invadia a área pela esquerda, mas ele bateu à meia-altura, facilitando a defesa de Tropeço. Mazinho ainda desperdiçou um contra-ataque que tinha tudo para resultar em gol, pois ele tinha como opções Leandro e Valdivia entrando pela esquerda e Kardec pela direita. Mas preferiu bater direto, de longe, e acertou o único zagueiro da Ponte Preta que estava bem posicionado. Leandro também arriscou um chute de fora, mas errou. O adversário também teve sua chance, em um cruzamento da esquerda feito pelo anão, que Bruno Cortez desviou no primeiro pau e aquele centroavante boliviano, impedido, dentro da pequena área, desviou para fora. Nem é necessário dizer que o impedimento não foi dado, se o boliviano acertasse o gol iria valer, como sempre acontece nos Derbies. O que não anula a bobeada de Wellington e Juninho, que deixaram o cara finalizar entre os dois. 

Ninguém mexeu no time no intervalo, e o Palmeiras parece que, além de não ter mexido, também não voltou. Os primeiros dez minutos foram desesperadores. Fernando Prass fez 3 milagres e ainda viu um chute explodir no travessão. O Palmeiras só conseguia levar a bola até a intermediária defensiva, e ali alguém (geralmente Marcelo Oliveira ou Wesley) errava um passe e tome sufoco de novo. Nesse período, só fizemos uma jogada de ataque, e foi um contra-ataque, em que Mazinho cruzou para Leandro que bateu muito mal de primeira, perdendo excelente oportunidade de fazer o gol. Aos 10, Kleina tirou Mazinho e colocou Marquinhos Gabriel. Pela configuração do jogo naquele momento, a entrada de França seria mais interessante, mas queremos crer que essa alteração já será definitiva para os próximos jogos. Tá duro aturar o Mazinho. 

Marquinhos Gabriel mal pegou na bola em seus primeiros minutos, mas parece que sua simples presença já fez os adversários se segurarem um pouco mais na defesa e marcarem mais recuados, o que possibilitou ao Palmeiras voltar a colocar a bola no chão e equilibrar as ações. Mas aos 15, bem quando a pressão já havia passado, eles erraram uma tabela pela direita, mas a bola bateu em Juninho e sobrou livre para Tammy Gretchen, que saiu do meio de três Palmeirenses que ficaram olhando e invadiu a área. Wellington repetiu o que fez no gol do Audax no domingo anterior: ao invés de ir pro desarme, quis apenas cercar. Tammy cruzou rasteiro e Bruno Cortez, em posição legal, entrou livre para abrir o placar. 


A partir daí, uma história conhecida: time que está em crise sai na frente no clássico e recua todo mundo. Kleina colocou Mendieta no lugar do inoperante e nervoso Leandro. Mano Menezes tirou o anão de jardim e colocou o tal de Renato Augusto, que lá na ZL dizem ser craque, mas se machuca mais do que o Valdivia e nem tocou na bola. Depois, o medrosão do lado de lá ainda tirou Bruno Cortez para a entrada de mais um lateral-esquerdo, Jucilei/Jocilei/Jocinei ou algo do tipo. Aí Kleina tirou Wellington e colocou Diogo. Zagueiro por atacante. Ficamos com um meio-campo extremamente ofensivo, Wesley/Mendieta/Valdivia/Marquinhos, mais Kardec e Diogo na frente. Mesmo assim, nada de chances claras, mas os contra-ataques deles, cada vez mais raros, paravam na excelente atuação de Lucio ou em Marcelo Oliveira, que cresceu de produção ao ir para a zaga. Kleina voltou a insistir naquela aberração de Wesley jogando aberto pela esquerda como lateral e Juninho fechando pelo meio, algo que ele faz desde 2013 e nunca conseguimos entender o motivo. Marquinhos Gabriel abriu na esquerda e Diogo na direita. E, mesmo com o time deles tendo dois laterais esquerdos em campo, na primeira bola de Diogo ninguém encostou nele. E o camisa 17 foi muito inteligente e calmo. Ficou esperando a definição da movimentação de Alan Kardec dentro da área e fez um cruzamento perfeito, preciso, milimétrico e no timing exato para Kardec, na corrida, encontrar a bola com a testa e balançar a rede do gol do tobogã do Pacaembu. 

Eram 37 minutos e o jogo acabou aí. O rival não tinha jogadores para atacar, já que estavam todos enfiados dentro da área defensiva. O Palmeiras tentava, mas não queria se expor muito porque não tinha nenhum volante de ofício em campo e não podia mais mudar. E o senhor Raphael Klaus foi safado e sem-vergonha o suficiente para demonstrar que havia uma determinação de não deixar a Ponte Preta perder, pois simplesmente parou de dar faltas para o Palmeiras depois do empate. Eles podiam desarmar da maneira que quisessem, não havia mais falta. Quer dizer, até havia, mas só pro lado deles. 


Nos últimos minutos, o único fato interessante foi mais uma xerifada de Lúcio, que vem mostrando que realmente está com vontade de provar que ainda é um grande zagueiro, calando todos os críticos de sua contratação, entre os quais me incluo. 

Ficam as lições:
- Não se pode dar um branco como aconteceu no início do segundo tempo, se não tivéssemos o melhor goleiro do Brasil a vaca teria ido para o brejo ali. Ano passado aconteceu algo semelhante, mas como o adversário era mais qualificado, o desastre aconteceu lá em Mirassol;

- Wellington não vem jogando mal, mas parece ter medo de cometer pênaltis, pois quando o adversário entra na área com a bola dominada ele só cerca e tenta fechar o ângulo, não parte para o desarme. Questão de treino e atitude;

- Leandro anda nervosinho demais e está suspenso contra o Ituano. Chance para Diogo;

- O time cai muito de produção quando Valdivia cai. Precisamos de uma opção logo, e essa opção chama-se Bruno César;

- Wesley fez sua terceira partida ruim em sequência, hora de verificar o que está acontecendo. Pode ser só o posicionamento equivocado, mas pode não ser;

- Fora, Mazinho. Por favor, Kleina, fora, Mazinho. Não dá mais, deixe de ser teimoso, nunca tirava o Araújo, agora vai ser o Mazinho? Se é porque ele marca o lateral, o Marquinhos Gabriel também pode marcar, Leandro, Diogo, Vinicius, todos podem marcar o lateral. Evitamos a corneta explicita aqui neste blog, mas não tá dando, passou da hora de tirar o Mazinho. 

E só para não deixar passar, pelo menos temos algo em comum com o rival: nós estamos a 8 pontos do vice-líder do nosso grupo, e eles também estão a 8 pontos do vice-líder do grupo deles. 

Agora são sete jogos para administrar a vantagem e lubrificar as engrenagens da equipe para as fases eliminatórias. Temos todas as condições de levar esse título. PRA CIMA, PALMEIRAS!!!

Atuações: As notas de hoje foram dadas por Ariane, Juliane, Mariana, Marcus, Renato, Thiago e por nosso grande amigo Leopoldo Coimbra (@leopoldocoimbra), a quem agradecemos a valiosa participação. Como já era de se esperar, para nós o melhor foi Fernando Prass e o pior foi Mazinho. Nenhuma surpresa aqui. 


1 comentários:

Só não concordo com a frase "Ninguém mexeu no intervalo". Mano mexeu e deu um nó no glorioso GK, tirou Guerrero Evans da área e atraiu Lúcio, abrindo um buraco na defesa do Palmeiras. O timeco da marginal só não ganhou o jogo, pq após o gol tentou desesperadamente agarrar-se ao resultado, e não contava com a sorte do GK que com suas substituições desesperadas conseguiu um gol improvável. Improvável, sim pq afinal de contas quem poderia imaginar que um centroavante igual ao Kardec poderia jogar dentro da área ? Todos nós sabemos que o visionário GK tem razão em abrir Leandro e Kardec nas laterais para dar espaço a Valdivia, que tem altura e desenvoltura para centroavante.
Pelo menos o quesito sorte que havia nos abandonado há algum tempo parece ter voltado.
Aos saudosistas, que desespero dá ler as escalações dos dois times antes do início do clássico, dos 22 titulares, apenas 6 ou 7 teriam capacidade para estar em campo em outras épocas.
Que venha o próximo adversário.
Forza Palestra !

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