Vamos abrir o olho

Mais uma vez jogando muito mal, o Palmeiras venceu o Vilhena por 1-0 no estádio Portal da Amazônia, praticamente garantiu a passagem à segunda fase, mas não eliminou o jogo de volta. Mais do que isso, o time não consegue retomar o padrão do início do Paulistão, e a confiança no título já começa a diminuir na mesma proporção da diminuição da qualidade do futebol apresentado pelo time. 

A escalação foi aquele velho 4-3-3 que cansamos de explicar ano passado o motivo de não dar certo, apesar de um dos atacantes ser Patrick Vieira, que apresenta características para fazer um papel diferente do de Vinicius, que só joga aberto. Pior: entramos novamente com dois volantes só de marcação, Egúren e França, ficando sem transição. Com o gramado em péssimo estado e sem ter quem levasse a bola ao ataque, restava a ligação direta. Lamentável. 

Cabe aqui um comentário a respeito do gramado. Molhado, encharcado em alguns pontos, repleto de buracos e aparentemente de dimensões reduzidas. Isso pode amenizar a má atuação de qualquer jogador. Por outro lado, o treinador precisa levar em conta as condições do terreno na hora de escalar o time, coisa que Gilson Kleina não fez. 

No primeiro tempo, a melhor chance foi do Vilhena, com Edilsinho, impedido, batendo pra fora. Aliás, por falar em bater, foi isso o que o time da casa fez o jogo inteiro. Bateu e fez cera, contando sempre com a complacência do árbitro. O tal de Carlinhos bateu em Valdivia o jogo inteiro, e só tomou amarelo no fim do segundo tempo. 

A lógica seria alterar o time no segundo tempo. Mas Kleina não alterou. Mudou o posicionamento de Patrick Vieira e Vinicius. Centralizou os dois, Patrick encostando em Valdivia e Vinicius em Alan Kardec. Isso não serviu para nenhum deles melhorar seu rendimento, mas abriu espaço para Juninho aparecer - e bem - pela esquerda. As melhores jogadas do segundo tempo foram com ele. Primeiro em uma falta que bateu no travessão, nas costas do goleiro e saiu (se fosse qualquer outro time seria gol). Logo em seguida, ele foi à linha de fundo e rolou para Vinicius, que buscou o canto direito do goleiro e errou, perdendo ótima chance. Depois, mais um bom cruzamento para Egúren errar a cabeçada. 


Os dois volantes eram totalmente desnecessários, apenas um daria conta, mas as primeiras alterações foram Leandro e Mendieta nos lugares de Patrick Vieira e Vinicius. Até poderia funcionar, mas Leandro ficou enfiado, na mesma posição que Vinicius vinha ocupando no segundo tempo, e Mendieta entrou muito mal no jogo, errando todos os passes. Só aos 34 Kleina tirou um volante, e Bruno César entrou no lugar de Eguren para dar a opção do chute de fora da área, o que já devia ter sido percebido muito antes. Mas, a essa altura, já não havia mais jogo. O time do Vilhena demorava um minuto para bater cada falta, e eram muitas, pois o árbitro apitava tudo. Toda hora alguém caía e ficava dois minutos no chão. Mas e os acréscimos? Três minutos. 

Quando tudo caminhava para o 0-0, aos 43, Bruno César brigou até o fim por uma bola que era muito mais do zagueiro. Ganhou sem falta, entrou na área, viu Leandro entrando livre e rolou. Leandro dominou com a esquerda e rapidamente bateu com a direita, com calma e consciência, fazendo o único gol do jogo. Ao final da partida, os jogadores do Vilhena comemoraram a derrota por um gol de diferença, que garantiu a eles uma viagem para São Paulo, um jogo no Pacaembu e um bicho de 100 mil reais a ser dividido entre os jogadores. 

(Foto: Cesar Greco / Ag. Estado globoesporte.com)


O jogo de volta será justamente entre as duas partidas da final do Paulistão. Mas, antes de lamentarmos tal fato, devemos nos preocupar em saber se estaremos lá. Com o futebol que o time vem apresentando, a dúvida é pertinente. Wesley, Alan Kardec e Wendel perderam rendimento. Kleina insiste em Marcelo Oliveira na zaga, sendo que ele vinha sendo um dos principais jogadores do time atuando como volante. O técnico continua escalando errado e demorando para consertar. O time que parecia, nas primeiras partidas do ano, ter adquirido um bom padrão de jogo, voltou a ser o time bagunçado do ano passado. Vamos abrir o olho, Kleina! Não é desse jeito que vamos ganhar algum título no ano do Centenário. Não é MESMO!

Atuações: as notas de hoje foram dadas por Ariane, Juliane, Marcus, Renato e Thiago. Para nós, o melhor em campo foi - vejam só - JUNINHO!!!! O pior não poderia ser outro: GILSON KLEINA. Que fase do Presuntinho...




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