Vitória maiúscula, com raça e futebol

Para um público de quase 12 mil torcedores, o Palmeiras derrotou a Ponte Preta por 3-2 no Pacaembu nesta tarde de sábado, e se qualificou para decidir a primeira posição geral da primeira fase contra o Santos, na Vila Belmiro, no próximo domingo. Foi um jogo em que o Palmeiras teve duas fases ruins, nos primeiros 20 minutos e nos últimos 20, mas no restante do jogo ditou o ritmo, pressionou, mostrou como deve jogar o time grande contra o pequeno. Foram 31 finalizações no total, para se ter uma ideia do volume ofensivo do Palmeiras. 

(Foto: Marcos Bezerra / Futura Press globoesporte.com)


Mas o começo da partida não foi nada animador. Logo aos dois minutos, a Ponte chegou à linha de fundo pelo lado esquerdo. Magalhães cruzou, Juninho se posicionou mal e permitiu a cabeçada de Rossi. A bola bateu em Juninho e voltou para o mesmo Rossi abrir o placar. O Palmeiras tentou manter a calma e jogar com bola no chão, mas a Ponte continuava levando perigo, principalmente porque, no duelo Juninho x Rossi, o atacante da Ponte sempre levava vantagem. 

A primeira boa chance apareceu aos 15, com Bruno César recebendo passe de Valdivia e batendo cruzado, rente à trave. Aos poucos, Juninho foi acertando seu posicionamento e passou a levar vantagem nas disputas com Rossi, fazendo com que a Ponte perdesse sua referência ofensiva. A partir daí, o Palmeiras começou a rondar a área adversária, com muitas trocas de passes, aproximação entre Valdivia e Bruno César (que jogaram muito bem), mas a estratégia de Vadão prevalecia. As chances reais de gol só foram aparecer nos cinco minutos finais, e foram várias, uma atrás da outra. No entanto, a bola insistia em não entrar. 

Mesmo descendo para o intervalo em desvantagem no placar, a perspectiva para o segundo tempo era boa, dada a qualidade do futebol jogado no primeiro tempo. Ainda assim, logo no início a Ponte fez o segundo em boa troca de passes em cima de Wendel e Lucio, mas a bandeira, integrante da famigerada família Oliveira, marcou impedimento, acertadamente. Mas a reação alviverde foi rápida e em dose dupla. Falta sobre Bruno César no bico da área, o próprio Bruno César bateu fechado, Roberto espalmou e Eguren empatou no rebote. Logo em seguida, pênalti de Carleto, novamente em cima de Bruno César. Kardec bateu com categoria, virando o jogo. A salientar que os dois lances foram bem duvidosos, e Bruno César foi bem malandro, principalmente na jogada do pênalti. Minha opinião após rever várias vezes os lances é de que não aconteceu a falta do primeiro gol, mas o pênalti sim. 

Pouco depois, em um raro contra-ataque, bola cruzada na área e Wendel NÃO cometeu pênalti em Silvinho, mas o árbitro marcou. O mesmo Silvinho bateu forte, no meio do gol, 2-2. Imediatamente, Kleina sacou o cansado Bruno César e mandou a campo Patrick Vieira. O volume de jogo diminuiu com a substituição, e Kleina fez uma troca ousada, expondo o time a riscos: tirou França, que parecia não ter se recuperado bem após chocar a cabeça contra o gramado alguns minutos antes, e colocou em seu lugar Mendieta. Bem no momento em que a Ponte voltava a equilibrar as ações, Kleina deixou a marcação no meio-campo a cargo exclusivamente de Eguren, o que é uma temeridade. Mas parece que o uruguaio entendeu o recado e cresceu muito de produção após a saída de França. Passou a correr mais, acertou o posicionamento na cobertura e tomou conta de seu setor. Ao mesmo tempo, Valdivia voltou a ter a companhia de um segundo armador e só não fez chover. Infernizou o time da Ponte comandando todas as jogadas ofensivas e ainda botando pressão na saída de bola. Um monstro. 


Aos 36, a última alteração, Vinicius no lugar do apagado Leandro. O Palmeiras pressionava em busca do gol da vitória, mas ainda tomou um contra-ataque que terminou com uma bela finalização de Antônio Flávio que explodiu no travessão de Prass. A partir desse lance, a Ponte também voltou a acreditar que poderia ganhar os 3 pontos e se soltou mais, abandonando a retranca e dando espaço para as trocas de passes rápidos e curtos do Palmeiras. E foi assim que saiu o gol, aos 43: Valdivia recebeu de Vinicius pela meia-esquerda, olhou para Alan Kardec. O lateral da Ponte fez menção de correr em direção a Kardec para interceptar o passe e deu o espaço que Valdivia precisava para fazer uma lindíssima enfiada de bola para Kardec na linha de fundo. Kardec viu a infiltração de Mendieta no segundo pau e rolou a bola. O paraguaio só teve o trabalho de empurrar para o fundo do gol. Foi o segundo gol de Mendieta no campeonato e, assim como o gol anterior, contra o Audax, o de hoje também foi no fim do jogo e importantíssimo para a obtenção do resultado e para o moral da equipe. Mendieta tem estrela. 

A partida mostrou que Valdivia e Bruno César podem jogar juntos, porque estão com vontade de fazer a dupla dar certo. Os dois estão ajudando muito na marcação, assim como Leandro e Kardec. O jogo também consolidou a reação de Juninho, que, apesar do começo hesitante e da falha no gol, soube se recuperar e ser um dos destaques do time ofensivamente. Isso depois de ter sido o melhor em campo contra o Vilhena. O time ideal vai tomando forma e deve ser muito parecido com o de hoje, mas com Wellington no lugar de Tiago Alves e Marcelo Oliveira e Wesley nos lugares de Eguren e França. Nesta formação, Wesley teria que ter uma disciplina tática muito grande. Outra possibilidade é a manutenção de França ou Eguren ao lado de Marcelo Oliveira, com Wesley sendo um meia/3º volante, e nesse caso Bruno César ou Leandro perderia posição. Mendieta também vem forte na tentativa de cavar sua vaga no time titular, e mostrando qualidade para isso. Ou seja, o elenco está encorpado, as opções são muitas, cabe a Gilson Kleina encontrar a melhor forma de jogar. O jogo de domingo contra o Santos promete ser o melhor desta fase do campeonato e os treinamentos desta semana devem servir para definir qual o time ideal. Uma semana inteira de treinamentos agora caiu do céu. O time volta a ganhar forma e o foco deve ser na parte defensiva, que voltou a ficar vulnerável. Vamos consertar isso e partir pra cima, são cinco jogos para o primeiro título do ano. Avanti!


Atuações: notas de hoje dadas por Ariane, Juliane, Mariana, Renato e Thiago. Para nós, o melhor em campo foi Valdivia, com uma atuação de encher os olhos. O pior foi Wendel, principalmente por não ter dado conta do recado na parte defensiva, que costuma ser seu ponto forte. 







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