Em um jogo que correu dentro do esperado, com futebol fraco porém com 3 pontos garantidos, o Palmeiras estreou no ano do centenário vencendo o Linense, no Pacaembu, por 2x1, de virada. A partida foi presenciada por pouco mais de 12 mil torcedores, também dentro do esperado.
Foi um jogo disputado entre um time nulo em termos de qualidade técnica, mas muito bem treinado e posicionado, contra um muito superior tecnicamente, mas totalmente bagunçado e sem preparo físico. Por isso, tivemos equilíbrio durante quase todo o jogo.
O Palmeiras entrou com uma formação que, na teoria, parecia um 4-4-2 onde Wesley e Mazinho fariam a armação. No entanto, o que se viu foi o velho 4-3-3 que nunca deu certo com Gilson Kleina, pois Mazinho jogava aberto pela esquerda. A improvisação de Serginho na lateral direita dava a entender que teríamos uma jogada forte de ataque por aquele lado, mas também não foi o que aconteceu, pois o time estava penso para a esquerda. O jogador que mais se movimentava era Mazinho, com isso Wesley e Diogo procuravam se aproximar do camisa 27. Mas as jogadas de ataque saíam sempre em trocas de passes entre Mazinho e Marcelo Oliveira, que foi o elemento-surpresa na primeira etapa. Muito errado. Enquanto isso, o lado direito era um deserto. A concentração de jogadas por um único lado facilitou o trabalho de marcação do Linense, e o jogo ficou travado.
As três primeiras finalizações do Palmeiras foram de Mazinho: logo a 1 minuto, Alan Kardec aproveitou passe errado da defesa do Linense, avançou pela direita e cruzou. Mazinho deu o carrinho para escorar, mas a bola subiu demais. Depois, o 27 finalizou mais duas vezes, uma em jogada individual com corte pra dentro e chute de direita para fora, e a outra após receber sem marcação um bom passe de Diogo, mas o goleiro Anderson defendeu com o pé. A chance do Linense foi em tiro de fora da área que Alan Kardec desviou de cabeça, matando Fernando Prass, mas a bola saiu por pouco.
O Linense só tentava jogar com lançamentos longos, mas as chances surgiam apenas em lances de bola parada, com o marrento Fernandinho e com o bom João Paulo, ex-lateral esquerdo da Ponte Preta, também com breve passagem pelo time do STJD, e que virou meia em Lins. Em um escanteio pela esquerda, o zagueiro Toby claramente fez falta em Fernando Prass, que por isso não conseguiu socar a bola para fora, e ela saiu em novo escanteio pela direita. Na cobrança, Prass saiu mal, a bola ficou pingando na pequena área, e Anselmo, criado no Palmeiras, meteu pra dentro. No intervalo, Anselmo ainda deu uma entrevista na qual demonstrou imenso respeito e gratidão ao Palmeiras.
Tiago Alves sofreu uma contusão no ombro no lance do gol. Sem nenhum zagueiro no banco, Kleina mandou a campo Felipe Menezes. Marcelo Oliveira foi deslocado para a zaga e o trio de meio-campo passou a ser formado por Renato, Wesley e Menezes. Na teoria, deveria funcionar, mas até o fim do primeiro tempo o que se viu foram tentativas frustradas devido à boa marcação do Linense e à desorganização do Palmeiras.
No segundo tempo, o quadro parecia ainda pior. O Linense marcava com 11atras da linha da bola, o Palmeiras tentava sair de qualquer forma, e parecia que a qualquer momento haveria um contra-ataque e o segundo gol. Mas o Palmeiras mostrava, apesar da impaciência, um pouco mais de organização. Felipe Menezes assumiu a armação das jogadas, sem se omitir. E o time parecia mais equilibrado, alternando jogadas pelos dois lados e pelo centro, mas a marcação do Linense era muito forte. O time de Lins também começou a fazer cera cedo, no intuito de irritar time e torcida. Outro fator que atrapalhava era a velha invenção de Gilson Kleina, na qual Wesley abre como lateral esquerdo na saída de bola e Juninho avança pelo meio. Isso e feito desde o ano passado e continua sendo incompreensível. Parecia que nada iria funcionar, até que Serginho finalmente apareceu no ataque, jogando como lateral. O 20 fez o cruzamento, mas foi muito forte. Mazinho dominou do outro lado, próximo à linha de fundo, deu um corte seco em João Paulo e bateu forte, de direita, acertando o ângulo oposto. Golaço.
Com o gol, o Palmeiras ganhou confiança. Passou a marcar mais à frente, e em um dos momentos em que apertou a marcação, Wesley conseguiu roubar a bola, avançou pela meia esquerda e abriu para Mazinho. Ele encontrou Alan Kardec entrando na corrida. Kardec recebeu, cortou o zagueiro e bateu com categoria na saída do goleiro. O chute foi fraco, mas o zagueiro não conseguiu tirar antes que ela entrasse. Mesmo se conseguisse, Diogo estava chegando junto para conferir.
A partir da virada, o Palmeiras passou a ter mais tranquilidade. Wesley saiu para a estreia de França, e Mazinho deu lugar a Vinicius. Marcelo Oliveira jogava sério na zaga, inclusive dando de bico sem necessidade. Mas é melhor um zagueiro que dá de bico quando deveria dominar do que um que tenta dominar quando era pra dar de bico. Zagueiro é isso. Mas oLinense ainda teve três boas chances para empatar, em duas as finalizações foram por cima, e Fernando Prass fez ótima defesa em um chute de fora da área. Esse final de jogo mostrou os mesmos erros de 2013.
Mas o importante nesses primeiros jogos é ganhar. Primeiro porque o time ainda não é o definitivo, temos vários atletas para entrar ainda. Segundo, pra dar confiança aos que entram, porque se começar com derrota, parte da torcida já começa a pegar no pé. E terceiro porque o preparo físico ainda está longe do ideal. Aos poucos o time entrará no rumo certo.
As observações individuais possíveis: Marcelo Oliveira não tem futebol pra ser titular, mas é muito útil e sua renovação foi um acerto. A volta de Mazinho parece ter sido outra bola dentro. Serginho pode até se adaptar à lateral, mas precisamos de um titular. Diogo pode ser útil, mas é inferior a Leandro. Renato não é o primeiro volante que precisamos. Não opinaremos ainda sobre França, pelo pouco tempo em campo.
Na quinta-feira, o jogo é contra o Comercial, no Palma Travassos em Ribeirão Preto. Quem tiver interesse em comparecer para apoiar o Palestra terá que desembolsar 80 reais pelo ingresso. Uma segunda vitória dará mais confiança e tranquilidade para que os reforços continuem sendo inseridos no time. O começo parece promissor, mas ainda temos sérias ressalvas quanto ao 4-3-3 de Kleina. AVANTI!
Atuações: as notas foram dadas por Ariane, Renato, Juliane, Marcus e Thiago. Para nós, o melhor foi, claro, Mazinho. E o pior foi Henrique, sem tempo de bola e estabanado.




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