William Mendieta e seu encaixe no time

Foto: Gazetapress

Ainda sentindo os efeitos da lesão sofrida no joelho na partida contra o Guaratinguetá, ainda em outubro do ano passado, William Mendieta não estreou pelo Palmeiras nessa temporada, na partida contra a Linense. O meio de campo foi composto por Marcelo Oliveira, Renato, Wesley e Mazinho (Felipe Menezes entrou ainda no primeiro tempo, recuando Marcelo Oliveira para a zaga após a saída de Tiago Alves).

Oriundo do Libertad, Mendieta desembarcou no Palestra em junho do ano passado e logo despontou como uma bela opção para o meio de campo, que até então só possuía Valdivia como legítimo meia-armador clássico. Em 19 partidas que disputou antes de se lesionar, marcou 4 gols e demonstrou que sabe o que fazer com a bola em diversas ocasiões – em outras, foi prejudicado pelo esquema tático errático de Gilson Kleina. Destaco o jogo de ida da Copa do Brasil contra o Atlético-PR como a partida onde Mendieta mais se destacou, com jogadas de habilidade e movimentos ariscos, sem medo de arriscar para o gol quando fosse preciso. 

A questão é: onde Mendieta se encaixa no meio de campo?

Na ocasião da contratação a expectativa era de que Mendieta assumisse o papel de armador, ainda mais com as constantes contusões de Valdivia. Em alguns jogos ele preencheu essa lacuna com correção e talento, mas ainda faltava a centelha de genialidade que Valdivia tem (mas que infelizmente não a usa em jogos decisivos). Em outras oportunidades, Mendieta teve a oportunidade de atuar ao lado do chileno e funcionou bem como quarto homem de meio de campo, especialmente quando fazia triangulações e inversões importantes com o chileno. Contra o Avaí a configuração deu certo.

Ficou claro que Mendieta estava funcionando mais como quarto homem de meio de campo, sendo o famoso “camisa 11” (embora o número em si pertença a Wesley), que puxa a marcação para que o armador trabalhe livremente – mais ou menos como Diego Souza durante o Paulista de 2008. 

Mas uma coisa me chamou a atenção: no Libertad, Mendieta jogava mais recuado, na posição onde Wesley atua no momento. Uma das posições carentes do elenco é justamente a de reserva para o volante-apoiador que é Wesley e se pararmos para testar com calma, poderemos ter uma solução caseira para essa lacuna que precisa ser preenchida. Mendieta sempre jogou mais avançado por aqui, mas acredito que na ausência do Wesley (que hoje é integrante chave da espinha dorsal) o teste pode ser muito válido, ainda mais se concretizarem a esperada vinda de Bruno Cesar para o Palmeiras. 

Possuindo habilidade para exercer três posições diferentes dentro do campo, Mendieta tem tudo para demonstrar uma polivalência positiva dentro do elenco. 

A quantidade de jogos que Mendieta disputou ainda é pequena para afirmar com certeza plena se ele é craque ou não, o máximo que ele demonstrou até agora foi um potencial de crescimento – mais ou menos como o próprio Valdivia em 2006, antes de crescer nas mãos de Caio Júnior. Assim que Mendieta chegou, teve o período de adaptação e a infeliz contusão que o tirou de combate pelo restante do ano de 2013. Já ambientado ao Palmeiras e mais a vontade com nossa camisa, cabe ao Kleina escalá-lo na posição que melhor possa desempenhar seu futebol e assim poder conduzir o Palmeiras às vitórias.

Veremos como ele se desenvolve ao longo da temporada, tem nossa torcida para que estoure de vez.

1 comentários:

1. Acho que a melhor posição para o Mendieta é como um dos vértices laterais de um losango de meio-campo: Eguren (França), Mendieta, Wesley, Valdivia (Bruno César);
2. Ano passado ele me pareceu mal preparado fisicamente, e faltava também vibração, parecia um morto-vivo tipo Ganso, espero que melhore;
3. Discordo que Valdivia não faça a diferença em jogos decisivos. Sim, muitas vezes ele não joga por estar contundido, mas se joga, ele não pipoca. Só ver que, nos últimos dois títulos relevantes que ganhamos, Paulista-08 e CB-12, ele fez gol na semifinal e na final.

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