Fim da invencibilidade

Foto: Célio Messias / Globoesporte.com

Nessa tarde de domingo demos adeus a um longo período de 9 jogos invictos. Sabíamos que cedo ou tarde teríamos alguma derrota, mas o que não esperávamos é que fosse de maneira tão vergonhosa quanto hoje. Mais do que o placar (3 x 1), a postura foi patética, digna dos piores momentos do esquecível ano de 2013.

Diante de 8 desfalques, a escalação inicial parecia promissora na teoria – claro, se relevarmos os desfalques. Mazinho foi sacado do time, Marquinhos Gabriel foi escalado para flutuar entre o meio e o ataque, Mendieta também foi escalado para armar o jogo junto ao Valdivia, Eguren foi posto para segurar o jogo enquanto França faria a transição e Miguel ficaria como centroavante fixo na área. Na prática, deu tudo errado. A impressão passada foi de puro improviso, ficou claro que essa formação sequer teve um treinamento.

Isso ficou claro desde o primeiro minuto de jogo. O Botafogo-SP, jogando em casa, exerceu uma pressão inicial, mas o Palmeiras (a despeito dos 61% da posse de bola ao final do primeiro tempo) apenas fazia ligações diretas, perdendo todas as disputas para a defesa do Botafogo. Inadmissível para um time que tinha 3 meias de origem dentro de campo, mas todos distantes entre si e que não colocavam a bola no chão – para se ter uma ideia, França era quem mais aparecia para organizar o jogo, mesmo sendo volante.

Com tanta desorganização, uma hora iriamos ter problemas. E logo aos 20 minutos, o Botafogo avançou pelo nosso lado direito e cruzou, William Matheus falhou na cobertura e Mike fez o gol que abriu o placar para o time do interior. Após sair atrás do marcador, o time teve uma pequena fagulha de reação e chegou ao pênalti após boa jogada de Mendieta. Valdivia converteu e empatamos o jogo, 1 x 1.

Quando as coisas pareciam entrar nos eixos, entrou em ação o principal responsável pela derrota dentro de campo: William Matheus. Substituindo o intragável Juninho, era a chance de mostrar para a nação palmeirense o porquê de ser titular. Mas infelizmente, ele se mostrou tão nervoso quanto o atual camisa 6 e entregou uma bola na saída como um verdadeiro garçom, permitindo com que o Botafogo pegasse a defesa desarrumada e acertasse o chute de fora da área. 2 x 1 para o time da casa.

Nada indicava que o time iria reagir no primeiro tempo. O time sentiu o gol e passou a se desesperar com a bola nos pés e mesmo os principais meias a tratavam como batata quente.

Ainda no primeiro tempo, William Matheus fez um pênalti (duvidoso, é verdade) que determinou o placar da partida. Aos 39 do primeiro tempo. Era reversível? Sim, mas o que vimos após o gol foi para irritar até o mais paciente dos palmeirenses. 

Para o segundo tempo, Kleina comeu seu pastel de cogumelo e teve uma epifania: tirou Miguel (mostrando que Felipão estava certíssimo ao preterir ele em 2011) e Marquinhos Gabriel (esse, perdidaço, em noite de Ananias) e colocou Bruno Cesar e Vinicius, aquele que há anos não é solução para nada. E William Matheus prosseguiu na partida do mesmo jeito que no primeiro tempo, nervoso e errando passes de meio metro. Kleina poderia tirar o lateral, colocar o Tiago Alves e alocar o Marcelo Oliveira na esquerda, mas manteve o jogador, que continuou errando tudo na segunda etapa.

Esperava-se que o time entrasse consciente do placar adverso e se aproximassem entre si dentro de campo visando uma blitz rumo à virada, mas o time era o retrato do nervosismo, errando passes em profusão e perdendo bolas bestas a todo instante. O momento que mais sintetizou essa intranquilidade foi quando Bruno Cesar tentou cobrar uma falta de maneira rápida, mas no auge da afobação, cobrou na perna do oponente e perdemos um ataque.

Para completar a tarde de maneira genial, Kleina tirou Mendieta para colocar Serginho. Não que Mendieta estivesse bem, mas Serginho é piada de mau gosto. Quando esse sujeito reverteu um placar a nosso favor? Restava apenas torcer para que uma providência divina salvasse o time nessa tarde.

O time já não estava em sintonia e aos 28 do segundo tempo ainda vimos Bruno Cesar ser expulso de maneira extremamente infantil ao discutir com juiz. Tudo errado. 

Quanto ao resto do jogo, nem vale a pena comentar, já que estávamos entregues e não esboçamos nenhuma reação. A torcida palmeirense, que fez bonito em Ribeirão Preto, merecia muito mais do que foi mostrado nessa tarde. Já vimos o Palmeiras jogar bem esse ano e com uma postura acima da média. O que aconteceu? Nas últimas partidas vimos um Palmeiras medroso, distante do ideal e que poderia fazer muito melhor, mesmo com os desfalques.

Que tirem as lições dessas partidas e que corrijam a rota para ontem. A fase de mata-mata está perto e queremos o título, nada menos do que isso.

Notas: As notas de hoje foram dadas por Thiago, Mari, Borges, Ariane e Marcus. Para nós, França foi o jogador que se salvou nessa tarde e demonstra cada vez mais que merece a titularidade. O pior, claro, foi William Matheus, em um raro zero unânime. Menções "honrosas" para Serginho pela ruindade crônica e para Bruno Cesar e sua expulsão infantil. Que essa tarde não se repita.



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