Checkpoints

O regulamento do Paulista dessa temporada é estranho e permite situações absurdas como a de domingo, onde uma derrota nossa prejudicou nosso principal rival – o que não deve ser nenhum conforto, nenhuma derrota do Palmeiras é boa. Ao mesmo tempo, o regulamento permitiu com que jogássemos contra times de grupos distintos e criou uma espécie de checkpoint a cada cinco partidas. 

Disputados 2/3 da fase inicial, estamos em segundo na classificação geral, atrás do Santos apenas pelo critério de saldo de gols. Cabe à análise de como o time se portou e a expectativa de como iremos desempenhar nos cinco jogos finais.

Checkpoint 1 – Da 1ª à 5ª rodada.
Devido ao curto tempo que os times tiveram para realizar a pré-temporada, vimos um Palmeiras remendado nos dois primeiros jogos, com jogadores que seriam as opções finais entrando como titulares. Mesmo assim, a postura do time era diferente do que tínhamos visto na irritante reta final da Série B do ano passado. O Palmeiras passou a pressionar o time no campo de ataque e Kleina soube usar a maioria das peças que tinha em mãos – exceção feita ao Mazinho, que sepultava a maioria dos ataques.

A vitória contra a Linense na estreia e de virada mostrou que o time, mesmo remendado e sem ritmo, poderia render bem na medida em que os titulares iam entrando. Os jogos seguintes tiveram o encaixe de alguns titulares como Valdivia, Leandro, Lucio e Wellington, que entrou no lugar de Henrique (vendido ao Napoli). E deu certo. Contra Comercial e Penapolense não tomamos gols e contra o Atlético Sorocaba tivemos um ataque operante. 

O grande teste da primeira fase era o clássico contra o SPFC e ali o Palmeiras fez o melhor jogo até então no campeonato. Kleina armou o time postado no ataque e não deixou os comandados de Muricy respirarem. 2 x 0 ficou barato e terminamos o primeiro terço de campeonato com a moral nas estrelas e sabendo que ainda teríamos jogadores para estrearem.

Pontos positivos do primeiro terço:
- A mudança de postura do time. Passou a jogar de forma ofensiva e sufocando o adversário no campo de defesa;
- Peças que saiam do banco e melhoraram o nível do time. 

Pontos negativos do primeiro terço:
- A insistência em Mazinho foi sem explicação. O único jogo que ele foi fundamental foi contra a Linense. Nos outros jogos, foi o pior em campo;
- Apesar do bom início do sistema defensivo. Saímos atrás do placar por duas ocasiões, mas felizmente conseguimos reverter.

Pontos: 15 em 15 disputados.

Melhor momento do campeonato: 5ª rodada, no jogo contra os inimigos leonores.

Checkpoint 2 – Da 6ª à 10ª rodada.
Mesmo com alguns defeitos latentes, o time entrou com moral para encarar os adversários do grupo B. O primeiro confronto foi contra o XV de Piracicaba e a sensação foi que de conseguimos os 3 pontos com muita sorte  - a vitória passou pelos jogadores do banco de reservas, mas o time não foi tão contundente quanto em jornadas anteriores. 

O 100% de aproveitamento foi embora em uma de nossas melhores partidas, contra o Audax, tarde em que o goleiro adversário estava inspirado e que eles aproveitaram uma pane de nossa defesa para sair na frente. Novamente, a reação do time passou pelo banco de reservas com o gol de Mendieta. Por pouco não vencemos a partida (Kardec perdeu o pênalti duvidoso que deram), mas a postura agradou a todos e o time saiu aplaudido do Pacaembu. 

E veio o segundo clássico. O dérbi contra o SCCP, nossos maiores rivais, uma guerra particular. Sabemos que em dérbis não há favoritos, mas a imprensa e parte da torcida estavam confiantes em um bom resultado. E com motivos, afinal, eles estavam em crise e com uma sequência de derrotas e nós estávamos em alta, jogando bem e convencendo. Mas em campo vimos justamente o contrário, parecia que eles é que estavam em boa fase. Gilson Kleina entrou com o time estranhamente acuado e aceitou a pressão imposta pelo treinador-enganador deles. O destaque da partida foi Fernando Prass, que operou milagres e evitou a derrota. Novamente, o time saiu atrás.

A preocupação finalmente começou. O time insinuante e agressivo do primeiro terço de campeonato deu espaço a um time hesitante e sem alternativas táticas para se mudar durante a partida sem queimar substituições. Os desfalques também começaram a surgir, seja por suspensão ou por contusões, o que fez Kleina promover novos jogadores como titulares. 

Contra o Ituano, novamente o Palmeiras fez uma partida abaixo da média, mas garantiu os 3 pontos graças a boa presença de área de Alan Kardec. Porém, no jogo seguinte tivemos a primeira derrota. Mesmo com Kleina promovendo uma escalação interessante, o time em campo se mostrou completamente perdido – sem contar as falhas individuais de William Matheus, que fez uma partida que remeteu aos piores momentos de Juninho em 2012. E fechamos o segundo terço da primeira fase com o sinal amarelo.

Pontos positivos do segundo terço:
- Ascensão de França. Vem mostrando ser uma bela contratação, que sabe fechar os espaços e ainda sabe sair para o jogo com alguma qualidade. 

Pontos negativos do segundo terço:
- Em 5 jogos, o time saiu atrás no placar por 3 ocasiões. Em nenhuma vencemos (dois empates e a derrota no último domingo). Kleina precisa fazer com que o time entre focado nos 90 minutos, o time tem entrado bem desligado;
- Desfalques. Nos últimos jogos perdemos diversos jogadores por contusão e suspensão e isso gerou certo desentrosamento com as peças que deveriam substituir. O jogo de domingo mostrou isso;
- Queda de rendimento de peças importantes. Leandro, Wesley e mesmo Valdivia não renderam como nas jornadas iniciais;
- Falta de variações táticas de Kleina e a passividade que o time mostrou em campo em muitos desses jogos, virando o fio do primeiro terço de campeonato e levando o treinador a uma estaca zero. Se antes merecia justos elogios, hoje diria que está zerado e tem que remar tudo de novo.

Pontos: 8 em 15 disputados.

Checkpoint 3 – Da 11ª à 15ª rodada.
E chegamos à reta final da primeira fase, onde enfrentaremos os adversários do grupo C. O adversário mais forte, claro, é o Santos. O jogo é o último da fase de classificação e provavelmente será o jogo que definirá o primeiro colocado geral, que tem a vantagem de jogar em casa até a final, seja lá qual for o adversário – sem contar que o time deles, dentre os 3 rivais, é o que mostrou mais consistência até o momento. Será um duelo interessante em nossa casa de praia.

São Bernardo também é um adversário chato e amanhã veremos como o Palmeiras se porta contra eles jogando em casa. Portuguesa, Ponte Preta e o fraquíssimo Paulista completam o grupo.

Com 7 pontos de vantagem em relação ao vice-líder do grupo (Bragantino), a tendência é nos classificarmos em primeiro com antecedência. Mas o Palmeiras precisa retomar a consistência mostrada nos jogos iniciais para entrar com confiança no mata-mata, o que vimos nas últimas rodadas foi um tanto quanto preocupante.

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- A expectativa (ou melhor, torcida) é que Kleina acerte uma escalação e um esquema tático decente nesses cinco jogos que restam e retomemos a rota traçada nos jogos iniciais. Após 6 partidas dignas de um treinador de ponta, ele armou o time com a mesma destreza de um estagiário nos jogos seguintes, lembrando aquele time titubeante de 2013, que não conseguia se impor contra Icasas da vida.

- Saímos atrás do placar em metade dos jogos e só revertemos o placar em dois deles. Precisamos que o time entre ligado nos 90 minutos, como fizemos contra os inimigos do Jd. Leonor. Em mata-mata, sair atrás pode ser fatal. Só lembrar que saímos atrás em todos os jogos decisivos que o Kleina fez (Milionários, Santos, Tijuana e CAP) e não revertemos nenhum deles. Hora de mudar isso.

- Queremos o título, é o mínimo que exigimos. E nós torcedores merecemos.

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