O Muro, o Xerife e o VidaLoka

O Palmeiras viveu uma noite que em muitos momentos lembrou as piores jornadas da série B de 2013. Mas, como o astral realmente parece ser outro, reagimos e voltamos da ótima cidade de Piracicaba com a sexta vitória em seis jogos. 

E o nosso pós-jogo de hoje será um pouco diferente. Contaremos a história do jogo resumindo as atuações dos três personagens do título do post: Fernando Prass, Lúcio e França. 

Parte I - o Muro
Com três minutos de jogo, Fernando Prass havia salvo dois gols certos do XV. Wendel passou os 90 minutos procurando, sem sucesso, o lateral Aelson, do XV. Com 3 minutos de jogo, Aelson já havia chegado duas vezes à linha de fundo e feito ótimos cruzamentos sem ser sequer atrapalhado por Wendel. Prass salvou as duas, a primeira com muito reflexo, a segunda com reflexo e agilidade. Ainda no primeiro tempo, um chute de Macena, outro de Cafu, no segundo tempo duas cobranças de falta. Prass espalmou tudo. E o lance do gol do XV? A impressão é a de que ele estava inteiro na bola, mas acabou atrapalhado por Wellington. Mesmo não tendo ocorrido a falha técnica (é possível dizer que sim ou que não, dependendo da interpretação de cada um), no mínimo houve uma falha de comunicação. Mas quem liga? O resultado veio, e em grande parte graças à magnífica atuação de nosso Muro, nosso Capitão, nosso Líder. A cada rodada que passa, podemos confiar mais nele. Felipão deveria estar de olho, se é que já não está. 

Parte II - o Xerife
Lúcio jogou por três. Tinha que cobrir Wendel e Wellington. Nosso esforçado lateral baiano foi uma avenida, e o jovem zagueiro nem parecia o mesmo dos jogos anteriores. Atrapalhou Prass no gol, deixou Cafu receber uma bola nas suas costas e sair na cara de Prass que defendeu de forma incrível, saía pro combate de maneira atabalhoada, e Lucio sempre na cobertura. Após o lance, ainda era possível ver Lucio orientar, incentivar, aplaudir Wellington. Essa postura de nosso Xerife se refletia no ataque. Era nítido que em todos os escanteios a tentativa era cruzar na direção de Lucio. Todo o elenco quer ver logo o primeiro gol dele, e seria sensacional se acontecesse no próximo dia 16. E o grande lance foi no segundo tempo. Jogo empatado, Lucio marcava o atacante Macena próximo à linha lateral (onde estava Wendel?). Macena gingou, pedalou, pedalou, gingou, levou pra esquerda, tentou cruzar e Lucio travou. Vibrou, deu aquela xerifada básica na cara do adversário, foi empurrado, "caiu", e os dois levaram amarelo. Lucio está aparentemente voltando a ser quase aquele zagueiraço do passado, e calando muitos críticos de sua contratação, incluindo este que vos escreve, que sempre foi contra a vinda do Xerife. Como é bom estar errado nestas situações. 

Parte III - o VidaLoka 
O primeiro tempo foi equilibrado. O segundo começou com o Palmeiras pressionando, mas a pressão só durou 10 minutos. A partir daí, o XV se aproveitou da marcação frouxa - Marcelo Oliveira não era nem de longe o mesmo dos últimos jogos -, da inércia de Wesley, que fez uma de suas piores partidas pelo Palmeiras, e da insegurança que o garoto Wellington passava para todo o sistema defensivo. Os donos da casa tomaram conta do meio-campo, mas não tentavam entrar na área, preferindo arriscar os chutes de fora, que sempre davam trabalho para Prass. Kleina achou por bem resolver o problema tirando Leandro e colocando França para guardar a entrada da área. O que se viu a partir daí foi que o XV acabou. França tomou conta do pedaço. Sua presença ajudou Marcelo Oliveira a crescer no jogo, e assim o Palmeiras voltou a ir à frente. Nosso VidaLoka deu tanta segurança que se sentiu confiante para ajudar também o ataque, e aos 38 recebeu bom passe de Mendieta, deu um lindo corte seco no zagueiro que se jogou no carrinho e, mesmo desequilibrado, meteu por cima do goleiro, no ângulo oposto, marcando um gol que, se fosse feito por Neymar ou Pato, faria 99% da imprensa esportiva brasileira ter orgasmos múltiplos por 3 meses. Mas, como foi só o França, preferiram levantar dúvidas sobre a intenção do chute ("será que ele não tentou cruzar?"). Ao fim do jogo, França garantiu que mandou pro gol mesmo, e isso ficou claro pelo movimento dele. Óbvio que mandou pro gol. Depois de guardar o golaço, correu pra galera, tirou a camisa, tomou cartão amarelo, mostrou que chegou para acabar com a desconfiança de muitos, caiu nas graças da torcida... Nosso VidaLoka deixa claro que não voltou ao Brasil para brincar. O garoto passou por maus bocados na Alemanha, com tuberculose, sarou e voltou cheio de vontade. Na humildade, parece que vai ganhar seu espaço, merecidamente. 

Com estes três tópicos, quase toda a história da partida está contada. Apenas para não passar batido, o primeiro gol, não citado anteriormente, foi de Alan Kardec, de pênalti, sofrido por Mazinho. Fica a dúvida se foi ou não. Estou mais propenso a achar que não, mas de vez em quando acontece de errarem a nosso favor. Aconteceu nesta quarta em Piracicaba, o próximo erro a nosso favor deve ser após a Copa do Mundo. Para o próximo jogo, contra o Audax, Juninho estará suspenso, poderemos observar melhor o William Matheus. 

Continuamos 100%, seis vitórias em seis jogos, e em dez dias, se os rivales não pararem o campeonato, terão de nos enfrentar. Já é hora de começar a guerra psicológica, ELES ESTÃO TREMENDO!!!!

Atuações: as notas de hoje foram dadas por Ariane, Juliane, Mariana, Renato, Marcus, Thiago e por nosso amigo Diego Cunha (@diegoccunha) que gentilmente colaborou conosco - obrigado, Diego. Para nós, mesmo com a falha (técnica ou de comunicação) no gol, Fernando Prass foi o melhor. O pior foi Leandro. Destaque para Bruno, que teve uma breve participação como técnico e ganhou três notas 10 de nossa equipe. Quem sabe não podemos vê-lo definitivamente nessa função em breve? Em campo não precisa, ok?





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