Juninho e sua nova ascensão.

Não é segredo para ninguém que o lateral esquerdo Juninho é um dos jogadores mais criticados do elenco – após a saída de Marcio Araújo, passou a ser o alvo principal das merecidas críticas. Mas nessa atual temporada, o lateral adquiriu uma regularidade que parecia ter acabado no dia 11 de julho de 2012, onde foi um dos melhores em campo na conquista da Copa do Brasil.

Juninho chegou ao Palmeiras em dezembro de 2011 e veio para preencher uma posição que foi constantemente maltratada naquela temporada, com “gênios” como Gerley, Rivaldo e a decepção da base Gabriel Silva. Começou bem, fez um bom Paulista, com um futebol ofensivo e com bons ataques pela linha de fundo (a despeito da deficiência na marcação). Juninho ainda manteve o ritmo na Copa do Brasil, mas parece que o futebol dele tinha acabado ali, após levantarem a taça da Copa do Brasil. As constantes críticas subsequentes não eram infundadas, o lateral protagonizou diversos lances bisonhos e foi responsável direto por derrotas que doeram na alma palestrina, especialmente no dérbi do segundo turno do trágico Brasileiro de 2012 e na derrota para o CAP na Copa do Brasil de 2013. 

A regularidade negativa de Juninho tirou do sério a coletividade palmeirense, que o apelidou de “Pampers”, graças ao fato de “se borrar” em momentos difíceis, tratando a bola como uma batata quente e facilitando muito a vida dos adversários. Mesmo na Série B ele conseguiu tirar a torcida do sério, tanto que no levantamento das notas do elenco ao final de 2013, o lateral tinha a pior média de notas e a maior quantidade de vezes em que foi o pior em campo, sendo uma unanimidade negativa dentro da nossa equipe do Palestra Em Campo.

Passado o rebaixamento e a subsequente volta, Juninho sobreviveu ao facão do final de ano e ganhou uma importante sombra na figura de William Matheus, lateral esquerdo oriundo do Goiás e que realizou boas apresentações no Brasileiro do ano passado. Ainda que soubéssemos que Gilson Kleina provavelmente manteria Juninho por mais algum tempo até o novo lateral se ambientar, todos os esboços de time-base vindos da torcida incluíam o recém-contratado do Goiás, a saída de Juninho parecia questão de tempo. Não havia mais confiança no camisa 6, com toda justiça, diga-se de passagem.

Mas o que aconteceu? Juninho simplesmente começou a jogar bola.

De início, parou de comprometer em campo e achou dois gols nas primeiras rodadas que lhe deram sobrevida no time titular. Apesar de ter jogado um dérbi no seu “modo 2013” (tradução: irritante), parece que ganhou a confiança perdida após a campanha vitoriosa da Copa do Brasil de 2012. Melhor, começou a desempenhar um futebol ainda melhor do que mostrou no primeiro semestre de 2012, com jogadas insinuantes, passes certos e cruzamentos mais precisos do que de costume. 

A questão que paira no ar é: o que ocasionou essa melhora do lateral nos últimos meses? Pessoalmente, creio que tenha sido a melhora do ambiente e um provável amadurecimento psicológico. A segunda razão é mais um palpite mesmo, mas imagino que após tudo o que ele passou, ele iria tentar dar a volta por cima a todo custo – e tinha sim que provar para a torcida que é capaz. Ainda tenho um pouco de medo de que essa melhora seja efêmera e a bola queime em seus pés na primeira hora de pressão mais forte (sabemos, o Palmeiras é um eterno caldeirão em ebulição). 

Não sabemos se ele está mais forte de fato ou se continua suscetível a crises como já vimos anteriormente, o fato é que Juninho cresceu de produção na hora certa, em um momento em que o time inteiro precisa de foco e do máximo de seus talentos individuais extraídos. 

Juninho, já o cornetamos muito nesse espaço e pessoalmente não me arrependo disso, mas estamos com você nessa reta final de Paulista, continue demonstrando o futebol mostrado nessa temporada (especialmente nas últimas rodadas) e continue nessa trajetória ascendente, ai quem sabe possamos esquecer as malfadadas temporadas de 2012 e 2013? Está em seus pés.

Forza Juninho. Avanti Palestra!

Continue assim.
Foto: Leandro Martins / Futura Press - Globoesporte.com

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