E agora?

A derrota do último domingo continua doendo de maneira lancinante. O reflexo dessa dor aconteceu no melancólico jogo contra o Vilhena e foi exatamente como o previsto na última postagem: o Pacaembu estava com um clima sombrio, o Palmeiras exibiu um futebol burocrático (para não dizer coisas piores) e apenas o necessário foi feito para passarmos de fase ante o fraquíssimo Vilhena - isso porque ainda conseguimos a proeza de sofrermos uma pressão inesperada, com direito a bola na trave desferida pelos visitantes.

Passada pela primeira fase da Copa do Brasil e graças a inesperada derrota contra o Ituano, ficaremos 18 dias sem ver o Palmeiras em campo. Mas e a partir de agora? Como serão as coisas?

A princípio, Gilson Kleina permanece no Palmeiras, como já foi abertamente declarado na imprensa. A despeito da campanha bem estruturada na fase de classificação, o time fraquejou de maneira imperdoável no então jogo mais importante da temporada e muito do fracasso tem dedo dele, com diversos improvisos, escolhas estranhas na escalação, substituições terríveis e sem alternativas táticas com o que tinha em campo para furar a chata retranca do Ituano. Em jornadas anteriores o treinador já havia demonstrado que não servia para treinar um time da magnitude do Palmeiras, que é um constante barril de pólvora cuja uma simples faísca é capaz de causar estragos profundos. Como o mercado de técnicos está ruim, ele permaneceu. Ao final da temporada passada ele ainda assinou contrato com um conceito incomum de produtividade, o que talvez ajudasse a elaborar estratégias mais variadas e táticas mais agressivas, mas como vimos, isso infelizmente não aconteceu.

Sabendo que Kleina fica e que não podemos fazer nada em relação a isso, resta torcer para que o intrépido treineiro reencontre a efêmera liga que o time demonstrou ao início da temporada. Não dá para confiar exatamente nos estratagemas do homem que habita a casamata alviverde, mas podemos contar que entraremos em um Campeonato Brasileiro com um nível técnico ainda mais fraco do que a temporada anterior (que já foi horrível). Até mesmo o time que sobrou na temporada passada está passando por períodos de instabilidade nesse ano corrente, o que não nos conforta nem um pouco, mas que talvez seja uma gota de esperança no mar de desolação que nos encontramos atualmente. Na pior das hipóteses, entraremos no Brasileiro nivelados e com a obrigação de vencer, já que não vencemos esse campeonato há incômodos 20 anos. 

No torneio longo, os primeiros adversários serão: Criciuma (F), Time do Tribunal (C), Flamengo (F) e Goiás (C), adversários, que a princípio, não metem medo. Ao contrário das últimas edições que participamos e que teve uma Copa interrompendo, não soa como insanidade pensar que dessa vez não iremos para o intervalo da Copa passando perrengues como nas edições anteriores com formatos similares. Bem o contrário, devido ao baixo nível do campeonato (e apenas por isso), a esperança é que despontemos na frente da tabela e que o time tente manter o embalo e brigue na ponta de cima da tabela, algo que não acontece desde o fatídico campeonato de 2009 (em 2011 até chegamos a brigar no pelotão de cima, mas ai aconteceu o episódio Kleber). Só resta conferir os próximos acontecimentos, espero de coração que nossa briga seja na parte de cima, mas, sabemos, o Palmeiras dos últimos anos consegue nos colocar enormes pontos de interrogação em nossas cabeças e por isso é difícil até projetar cenários futuros.

Simultaneamente, a Copa do Brasil prossegue e o Palmeiras tem pela frente o vencedor de Interporto x Sampaio Correa. A obrigação é matar o jogo já na ida e pegar o vencedor de Avaí x ASA na terceira fase. Também é obrigação passar, seja lá qual for o adversário. Após isso, entra na fase de sorteio e os jogos ficam cada vez mais complicados. Na edição do ano passado, os comandados de Kleina perderam de maneira vergonhosa para um freguês costumeiro (e que tínhamos vantagem). Com o mesmo treinador e após o vexame do último domingo, como confiar?

Soma tudo isso com um elenco que possui carências sérias que saltam aos olhos (dissecaremos o elenco atual em uma postagem futura) e com uma torcida que está, com toda razão do mundo, desconfiada, irritada e sem saber o que pensar direito. 

Cabe aos responsáveis pelo Palmeiras (do presidente ao roupeiro) equacionarem esses problemas que nos atormentam fortemente. Estamos no centenário e já deixamos um título fugir, não queremos passar mais vergonhas e humilhações, já tivemos isso aos montes nos últimos anos. REAGE, PALESTRA!

É...
Foto: Marcos Ribolli/GloboEsporte.com

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