Nova revisão no elenco

Pela terceira Copa do Mundo seguida que agradecemos a longa pausa que o torneio proporciona para correções de rota. Na primeira, a pausa foi vital para fugir da degola, na segunda, aguardávamos a readaptação de Felipão para que ele pudesse enterrar de vez o ano de 2009 e dessa vez, em situação similar à de 2010, aguardamos a adaptação de Gareca e a chegada de reforços para posições carentes do elenco para que o time saia da metade da tabela e brigue pelos títulos de 2014 enquanto há tempo.

Esse "checkpoint" nos permite uma nova reanálise do elenco para a metade final do primeiro turno. Hoje, estamos a seis pontos do líder Cruzeiro - perder para Chapecoense e Botafogo atrapalhou muito nossos planos. Vamos ao desempenho de cada atleta e o que é necessário em cada posição:

Goleiros:

Ao que parece, voltamos a ter uma certa tranquilidade nessa posição. Prass se contundiu novamente, mas Fábio assumiu bem a posição e ganhou a confiança da torcida. Bruno, por sua vez, jogou apenas meio tempo e foi um dos responsáveis pela derrota ante ao Flamengo. Preterido, Bruno deve sair de vez.

Fernando Prass (20 jogos) - Continua sendo um dos líderes do elenco e o capitão desse time. Se contundiu na partida contra o Flamengo e deixou a torcida consternada, mas em forma e livre de contusões é uma muralha que confiamos até de olhos fechados. Titular absoluto, mesmo com a ascensão de Fábio.

Bruno (4 jogos) - Finalmente a era dele terminou no Palmeiras. Não passa confiança para a defesa, não intimida o ataque adversário e passa muito medo para a torcida. Já anunciou que não pretende continuar, mas sempre respeitou o Palmeiras, então, boa sorte para o torcedor Bruno, mas longe da nossa meta.

Fabio (8 jogos) - Chegou a vez de Fábio. Com a contusão de Prass e com Bruno caindo em desgraça definitiva, coube ao outro oriundo da base a missão de proteger a meta. Os esquemas "kleinisticos" (que persistiu com Alberto) baseado em improvisos deu a chance de Fábio brilhar, garantindo pontos importantes para o Palmeiras nesse campeonato, especialmente contra o Vitória. Com ele de opção, já podemos ficar mais tranquilos em relação a nossa meta.

Vinicius (0 jogos) - Atual terceira opção, provavelmente não o veremos esse ano.

Laterais:

O nosso lado direito continua sendo um dos pontos fracos do elenco e a luz vermelha pisca desesperadamente clamando por reforço nessa posição, ninguém aguenta mais o Wendel. Na esquerda, Juninho enfim perdeu seu lugar e William Matheus assumiu a posição de maneira satisfatória.

Wendel (24 jogos) - Não dá mais. Desde 2007 ele mostra que não serve para a posição e desde então nos irrita. Quando achamos que ele saiu de vez, ele ressurge e volta a nos irritar. O apoio dele é deficiente e a defesa está pior do que nunca. Não serve nem para a reserva, mas atualmente é titular absoluto.

Juninho (21 jogos, 3 gols) - Até fez bons jogos na temporada, mas voltou a mediocridade habitual no Brasileirão e finalmente perdeu espaço para William Matheus. Anunciou que não quer mais jogar aqui, mas se reapresentou com o elenco e por isso colocamos ele na análise. Imaginamos que será uma surpresa se entrar em campo novamente com a camisa verde. Vai tarde, Pampers.

William Matheus (11 jogos, 1 gol) - Se no Paulistão ele foi reserva com um desempenho apenas "ok", no Brasileiro assumiu a titularidade e fez boas partidas, estando seguro na defesa e apoiando de maneira mais incisiva do que o antigo camisa 6.

Victor Luis (3 jogos) - Entrou como substituto em um jogo que pouco valia no Paulista e apareceu novamente por mais duas ocasiões no Brasileiro. Novamente, não deu para observar nada, mas continua disponível no elenco.

Recentemente tivemos a notícia que os jovens Leo Cunha (lateral direito) e Matheus Muller (lateral esquerdo) foram incorporados ao time profissional por Gareca. Vamos torcer para que nas mãos de nosso novo comandante - famoso por usar bem as categorias de base - os novos jogadores cresçam e se tornem opções úteis para o plantel.

Zagueiros:

E o xerife segue firme.
Foto: Jardel Costa/Futurapress

E a saída do Henrique foi mais sentida do que esperávamos. O zagueiro que hoje está disputando a Copa com a seleção brasileira deixou uma lacuna que não foi preenchida no primeiro semestre, tanto que em muitos jogos tivemos Marcelo Oliveira improvisado e o resultado foi desastroso - sofremos dez gols no brasileiro até o momento. A chegada do argentino Fernando Tobio, oriundo do Velez Sarsfield e com boas referências anteriores, pode ajudar a recomposição da defesa.

Lucio (28 jogos, 1 gol) - Apesar de ter apenas 28 jogos com a camisa do Palmeiras, o histórico vencedor, sua vontade de continuar vencendo e sua liderança o coloca no patamar dos atletas mais confiáveis do elenco. Foi o segundo jogador que mais disputou partidas nessa temporada (atrás apenas de Marcelo Oliveira) e foi um dos raros focos de segurança do time no vão que separou o início do Brasileiro e a parada da Copa. Titular absoluto.

Tiago Alves (11 jogos) - Homem de confiança de Kleina, mas que não convence mais a torcida. Caiu em desgraça após exibições ruins e nunca mais foi escalado após a saída do treinador pastelão, sendo deixado de lado até pelo improvisado Marcelo Oliveira. Ainda está no elenco, mas deve sair.

Wellington (10 jogos) - Apesar de ter iniciado bem essa temporada, estranhamente ficou de fora de muitos jogos, sendo preterido por Marcelo Oliveira improvisado. Quando o volante voltou para a posição de ofício, Wellington foi escalado e não foi mal. Estranho. Mas serve como opção.

Victorino (nenhum jogo) - Ainda não jogou. É seguro dizer um "fora" bem sonoro, afinal, como confiar?

Thiago Martins e Gabriel Dias são os que vieram da categoria de base e também não disputaram nenhuma partida nessa temporada. O primeiro se recupera de cirurgia e o segundo foi bem nas categorias de base e esperamos vê-lo em campo nas mãos de Gareca.

Volantes:

Outro que não sabemos qual que é.
Foto: Cesar Greco/Foto Arena

Era uma posição que não inspirava preocupação, mas no Brasileiro percebemos que devemos nos preocupar sim. Os nomes atuais tiveram um desempenho bem aquém do que gostaríamos e nos perguntamos quem viria para essa posição. França, que teve um desempenho razoável no Paulista e despontava como o melhor atleta da posição, saiu sem maiores explicações - deve ter acontecido algo muito sério, porque o futebol mostrado não foi ruim.

Marcelo Oliveira (29 jogos) - Marcelo Oliveira foi o jogador que mais atuou pelo Palmeiras nessa temporada - e isso não é um ponto positivo. Enquanto volante, fez sua função sem maiores problemas, mas na maior parte do tempo foi improvisado na zaga, tendo um desempenho muito abaixo da média e sendo responsável por muitos gols devido a sua lerdeza. É carismático e possui empatia graças a presença constante na TV Palmeiras, mas isso não é o suficiente para lhe garantir um lugar no time titular. Se muito, deve ser apenas opção no banco.

Eguren (10 jogos, 1 gol) - Entre a pausa pós-eliminação do Paulista e a parada da Copa, Eguren não realizou nenhuma partida. Seja por escolha do ex-treineiro por Josimar ou seja por estar concentrado com a seleção uruguaia. Apesar de cumprir sua parte com correção, nunca engrenou por aqui. Veremos se continua para o segundo semestre com Gareca ou se sairá de vez. Vendo as opções atuais, deve ficar.

Wesley (22 jogos, 4 gols) - Uma das peças remanescentes da espinha dorsal imaginada no início da temporada, Wesley teve uma queda brusca de rendimento durante o Campeonato Brasileiro, fazendo exibições bem abaixo do que já o vimos fazer e, por vezes, demonstrando empáfia em campo. Não sabemos se é a indecisão sobre permanecer no Palmeiras ou algum outro problema, mas do jeito que jogou essa temporada não dá. Gareca tem que chamar ele de canto e perguntar o que ele quer da vida.

Bruninho (1 jogo) - Jogou apenas uma partida e improvisado. Por ser constantemente preterido, dá para questionar a presença dele no elenco e o porque de ter sido contratado inicialmente.

Renato (10 jogos) - O volante Renato, outro oriundo da base, assumiu a posição de primeiro volante, mas seu desempenho não enche os olhos. Por muitas vezes ficou visível falhas na cobertura e a deficiência na saída de bola. Serve para compor elenco e só.

Josimar (8 jogos) - Uma das piores invenções de Kleina - e isso não é pouca coisa. Foi muito mal em todas as partidas disputadas e já desponta como forte candidato a ser lembrado como um dos piores volantes que já passaram pelo Palmeiras. Tem que voltar para o Inter correndo.

Meias:

Então Valdivia, decidiu o que quer da vida? 
Foto: Leandro Martins/Futura Press/Agência Estado - G.E.

Outra posição que precisamos analisar com mais carinho. Com Valdivia em campo, nossa armação é boa, mas como a presença dele não é constante, ficamos com problemas. De positivo, apenas a troca do péssimo Serginho pelo interessante Bernardo. Mas ainda é pouco. Caso Valdivia saia de vez, precisamos com urgência de um camisa 10 que orquestre as jogadas de ataque.

Valdivia (16 jogos, 4 gols) - Tecnicamente falando, é o craque do time e até jogou com mais frequência nessa temporada - algo que não aconteceu em quatro anos. Atualmente, está disputando a Copa do Mundo pela seleção chilena (o que talvez explique essa alta frequência), mas ninguém sabe se voltará para cá. Se voltar, que seja o Valdivia de 2014, constante e um dos líderes do time, mas tem que ver a motivação dele para o restante da temporada e se dá para confiar. Por tudo o que aconteceu nos últimos quatro anos, é difícil de confiar no atleta caso permaneça.

Mendieta (19 jogos, 3 gols) - Com a ausência de Valdivia (na Copa), Mendieta foi alçado para a condição de titular como meia-armador - algo que ele não é. Já havia demonstrado alguma qualidade em jornadas anteriores, mas está sendo queimado em fogo brando ao jogar em uma posição errada. A despeito da falta de mobilidade e de uma certa lentidão, como camisa 11 e puxando a marcação, já funcionou bem ao lado de Valdivia.

Bruno Cesar (11 jogos, 2 gols) - Uma pena que não vingou. Veio com badalação no início do ano, demorou para melhorar a forma física e se contundiu na primeira partida do time no Brasileiro. Ainda tem contrato até o fim do ano e pode mostrar alguma coisa na armação de jogadas. Seu conhecido arremate de longa distância também não foi utilizado nesses jogos que atuou. Veremos como Gareca o utiliza, mas pelo que mostrou até agora, não empolga.

Bernardo (3 jogos) - Contratado por empréstimo junto ao Vasco, Bernardo é uma bomba-relógio no elenco. Com bom chute e alta capacidade para chegar ao ataque, em outros clubes demonstrou habilidade de sobra para assumir a titularidade de qualquer clube grande, mas ao mesmo tempo mostrou ser um fio desencapado pronto para criar problemas. Até o momento, fez apenas 3 partidas, todas como substituto e em todas o time não demonstrava querer mais nada na partida, o que não dá para culpá-lo. Vamos torcer para que o sangue palestrino de sua infância fale mais alto e ele alie juízo com boas partidas.

Marquinhos Gabriel (19 jogos, 2 gols) - Também contratado esse ano, Marquinhos Gabriel tem a tendência de puxar as jogadas para as pontas, as vezes até fazendo o papel de segundo atacante. Com a ausência de meias, Marquinhos Gabriel foi bastante utilizado como titular e teve atuações oscilantes. Precisa ser mais regular e objetivo.

Felipe Menezes (9 jogos, 1 gol) - Achávamos que ele estava fora de vez, mas nos últimos jogos antes da Copa ele reapareceu. Até fez alguns bons passes e uma boa partida contra o Grêmio, mas seus chutes tortos irritam qualquer um. Se ficar, deve ser a última opção e olhe lá.

Mazinho (13 jogos, 1 gol) - A volta dele para o plantel foi outra invenção errada de Kleina. Apesar de ainda ter entrado como substituto por algumas partidas no Brasileiro, a sua presença no banco já é um indicativo de que as coisas estão erradas.

Outro jogador que subiu da base a pedido de Gareca foi o meia Juninho, que mostrou alguma habilidade nas categorias inferiores.

Atacantes:

O atual titular do ataque. Começou bem, mas será que é sempre assim?

Continua sendo uma posição muito carente. Perdemos um centroavante que era acima da média para nossos inimigos e ele não foi reposto - Henrique é apenas substituto. A posição de segundo atacante teve seus bons momentos com Diogo se firmando de titular.

Henrique (9 jogos, 5 gols) - Iniciou sua jornada com uma incrível média de 1 gol por jogo nos primeiros 4 jogos, mas assim como o restante do time, o "ceifador" perdeu o fôlego nos jogos finais do período pré-copa. Mostrou alguma estrela, um chute potente e um posicionamento correto, mas não tem tanta habilidade assim para fazer um pivô. Como opção é excelente, mas não pode ser considerado titular.

Leandro (18 jogos, 3 gols) - Continua sendo a maior decepção da temporada até o momento. Não dribla, não arrisca jogadas, não tabela e não arremata para o gol de maneira decente. E já o vimos fazer todos esses itens. Veremos se Gareca o recupera ou se ele vira banco de modo definitivo.

Diogo (15 jogos) - Assumiu a titularidade e vem se mostrando um dos jogadores mais voluntariosos do elenco nessa temporada. Além de saber o que faz com a bola nos pés quando está fazendo o papel de segundo atacante, ainda tem disposição para defender quando necessário. Fica a torcida para que as lesões que o atormentaram no Campeonato Paulista tenham ficado para trás em definitivo.

Patrick Vieira (8 jogos, 1 gol) - É um jogador intrigante, pois joga pelas laterais e tem habilidade suficiente para ser aproveitado como quarto meia ou segundo atacante, mas mesmo com contrato renovado, continua de fora do time. Talvez tenha vida nova com Gareca, vale a observação.

Chico (2 jogos) - Nas categorias de base foi bem em 2013, mas só agora foi incorporado ao grupo profissional do Palmeiras. Não teve tempo para mostrar muita coisa, mas na base mostrou ser um bom segundo atacante que descia bem pelas laterais do campo.

Miguel (4 jogos, 1 gol) - Ainda está no elenco, mas é estabanado, mal posicionado e mostrou que não serve. Deve sair.

Rodolfo (3 jogos) - Outro que pouco jogou e nada mostrou, sendo difícil de analisar.

O atacante Erik, outro oriundo da base, foi alçado ao profissional a pedido de Gareca.

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Precisamos com urgência: 
- Lateral direito que venha para ser titular;
- Zagueiro reserva;
- Segundo volante que saia para o jogo;
- Meia-armador titular
- Centroavante titular;

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Atual time-base: Fernando Prass, Wendel, Lucio, Fernando Tóbio, William Matheus; Marcelo Oliveira (Eguren), Wesley, Bruno Cesar e Valdivia (Mendieta); Diogo e Henrique.

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Agradecemos novamente ao sempre excelente Porcopedia pelo acervo de informações onde foi possível consultar o número de jogos e gols de cada atleta nessa temporada.

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